Foto: Aliocha Maurício/O Estado |
Marina Silva fez um balanço positivo à frente do ministério. continua após a publicidade |
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, esteve ontem em Curitiba e fez um balanço positivo da política ambiental do governo federal. Entre várias ações, destacou que a redução do desmatamento no Brasil ficou na casa dos 30% em cada um dos dois últimos anos. No entanto, ela não quis comentar sobre uma possível permanência no Ministério do Meio Ambiente (MMA). Disse que quer deixar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva à vontade para escolher a sua próxima equipe ministerial. Marina veio ao Paraná para conhecer o curso de doutorado em meio ambiente da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e proferir palestra para os alunos.
De acordo com Marina, a política ambiental está no rumo certo e acha que qualquer pessoa que assumir o posto, no próximo ano, não vai fazer grandes mudanças. Ela explica que o trabalho na área ambiental esteve pautado em quatro grandes eixos – controle da participação social, o desenvolvimento sustentável, o fortalecimento do sistema nacional de meio ambiente e a política ambiental integrada – e não há como fugir deles.
Segundo ela, o governo federal empregou R$ 390 milhões e realizou ações integradas com 13 ministérios para combater o desmatamento no país. Foram 100 operações de fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) que resultaram na prisão de 400 pessoas, sendo 100 do próprio órgão. Foram recuperadas 66 mil propriedades de terras griladas e 1,5 mil empresas clandestinas foram fechadas. O resultado disso foi uma redução de 31% do desmatamento em 2004 e 30% em 2005. Isto fez com que 250 milhões de toneladas de gás carbônico deixassem de ir para a atmosfera.
Mas mesmo apresentando dados positivos, também há aqueles que criticam o governo. Uma medida provisória editada na semana passada reduziu de 10 quilômetros para 500 metros a margem de proteção em torno de áreas ambientais, como no Parque Nacional do Iguaçu, para a plantação de soja transgênica. Isso provocou um descontentamento dos ambientalistas, que não acham a distância segura. Mas para a ministra a nova legislação está mais completa. Agora, ela não se refere apenas a soja mas a todos os organismos geneticamente modificados. Conforme a sua polinização e a existência de primos silvestres nos parques, deve ser a distância que cada plantação deve ter destas áreas.