Marginais usam mocó para crimes na capital

Abandonada há anos, uma casa na Avenida Manoel Ribas, em cima do viaduto no bairro Mercês, em Curitiba, serve de refúgio para desocupados. A construção, quase em frente ao prédio da Brasil Telecom, recebe todos os dias um fluxo intenso de ?visitantes?, o que tem incomodado moradores e comerciantes da região. Segundo eles, os meliantes usam o mocó para, principalmente, consumir drogas.

O comerciante Fábio da Silva conta que faz pelo menos dez anos que a casa está desocupada. Porém, foi nos últimos cinco anos que os marginais começaram a entrar no local. Isso ficou ainda mais freqüente há pouco mais de um ano, quando o muro do mocó caiu, facilitando esse acesso. ?A noite toda, às vezes até às 6h, é um entre e sai de usuários de droga. Eles entram com latinha, em dois ou três, ficam um pouco e logo saem. Porém, já atrapalham, pois colocam medo em nossos fregueses?, afirma.

 

No interior, camas improvisadas e apetrechos para drogas.

Ainda segundo Fábio, a polícia sempre é chamada, vai até o local, tira os desocupados, mas eles sempre voltam. Suzana Carcaioli também trabalha naquela região. Ela diz que aos sábados, depois das 14h, ?o negócio fica pior?. ?É difícil. É um fluxo grande de desocupados. Isso põe em risco a segurança da área, além de dar um aspecto de que está tudo largado aqui?, comenta.

De acordo com Paulo Cavalcanti, que trabalha num escritório próximo à casa, o problema é que esse movimento aumenta a criminalidade na região. ?Já furtaram rádio dos carros que ficam parados aqui em frente. Tem muito marginal ali. Ou os donos desmontam logo a casa ou aluguem para alguém cuidar?, sugere. Segundo o supervisor da Guarda Municipal na área central, Fábio Lastra, os marginais entram no local para usar drogas ou para se esconderem após os roubos ou furtos. ?Já encontramos bolsas e carteiras furtadas ali dentro. É um mocó. A gente recebe reclamações dos comerciantes e moradores. O que fazemos é vistoriar, de dia e de noite, para garantir mais segurança para a população?, garante.

Aproveitando a presença dos guardas municipais, a equipe de reportagem de O Estado entrou no local, mas ontem à tarde não encontrou ninguém. Além de camas improvisadas, no mocó todo pichado e com o assoalho queimado – havia muito lixo, isqueiro e latinhas jogadas.

De acordo com a assessoria de imprensa da Brasil Telecom, ?o imóvel pertence à Fundação Telepar, que está em processo de extinção administrativa no Ministério Público Estadual (MP). A Brasil Telecom, como sucessora da Telepar, está ciente da situação e quer demolir a casa. Para isso, aguarda resultado de análise do MP?.

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