Mães participaram ontem, da Marcha da Maconha, que reuniu cerca de 1.500 pessoas, segundo a Polícia Militar, e de 2 a 3 mil pessoas, de acordo com os organizadores. Os participantes saíram da Boca Maldita, no centro, por volta das 16h30 e caminharam até o Palácio Iguaçu, no Centro Cívico. Eles pediam a legalização da erva, alegando que a guerra ao tráfico mata mais que o uso das drogas.
As mães pediam a legalização do cultivo da maconha, para que não se precisem importar a droga para tratamentos médicos. O canabidiol, substância presente na erva, é usado para a epilepsia de difícil controle e em alguns casos de alzheimer infantil. A Anvisa atualmente só permite a importação para o tratamento da epilepsia de difícil controle.
Custo
O custo da importação varia entre R$ 2 mil e R$ 10 mil, segundo Priscila Bumas, estudante de engenharia agrônoma e mãe de um menino de 6 anos que sofre da doença. A pedagoga Daiane Kock, 28, tem filho da mesma idade e com a mesma doença e considera “excludente” a importação, por ser de difícil acesso e custo muito elevado.
A dona de casa Cássia Vilen, 50, outra mãe que participou da manifestação, tem uma filha, de 26 anos, portadora da doença Niemann Pick-c, conhecida popularmente como alzheimer infantil, uma doença degenerativa. Ela reclama das restrições ao uso na importação do canabidiol apenas para quem tem menos de 18 anos e é portador da epilepsia de difícil controle. “Nós queremos que o cultivo seja feito aqui para não ficarmos reféns de laboratórios de fora”, explica.
Segundo um dos organizadores do evento, Pedro da Nobrega Bearzoti, a intenção também foi alertar a população e os governantes sobre os malefícios para a segurança pública na política de repressão, além da necessidade de liberar a substância para fins medicinais, religiosos e industriais.