Manifestantes fecham ponte de Guaíra, no Paraná, por 8 horas

Parte da população de Guaíra, a cerca de 640 quilômetros de Curitiba, no noroeste do Paraná, fechou nesta segunda-feira (11) a Ponte Ayrton Senna por cerca de oito horas. Pela ponte, que liga a cidade a Mundo Novo, no Mato Grosso do Sul, passam diariamente cerca de 2.700 veículos, muitos deles transportando a safra agrícola do Centro-Oeste do País e do Paraguai para o Porto de Paranaguá. Os manifestantes protestaram contra a violência na cidade e a falta de pagamento de indenização para pescadores, que alegam prejuízo com a abertura de um canal em 1996 para a construção de uma hidrovia.

Segundo o presidente da Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Guaíra, Jair Schllemer, a intenção era manter o fechamento por tempo indeterminado, mas o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) conseguiu liminar judicial determinando a liberação do local. "Achamos melhor acatar na hora a decisão", disse. Ele pretende reunir representantes de entidades civis para decidir os próximos passos do movimento.

Schllemer citou um relatório da Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla), divulgado no mês passado, que apontou a cidade como a sétima do País e a segunda do Paraná com maior índice de homicídios em relação ao número de habitantes. "Estamos implorando pela segurança", afirmou. "Infelizmente, chegamos ao extremo de fechar a ponte, mas tudo é motivado pelo desespero." Segundo a Polícia Militar (PM), no ano passado foram 28 homicídios em uma população de cerca de 28 mil habitantes.

Pescadores

Os pescadores aderiram ao protesto para cobrar o pagamento da indenização prometida pelo governo estadual em 1996, quando foram destruídas rochas submersas a fim de tornar o rio navegável. Como o impacto ambiental foi grande, eles entraram com uma ação civil pública e a Justiça determinou que o governo estadual pague R$ 9,5 milhões devido à redução na pesca.

"Esta é a quinta vez que fazemos um protesto", disse o presidente da Colônia de Pescadores Zona 13, José Cirineu Machado. "Antes era pedir nossos direitos, agora é para que se cumpram os direitos." A colônia reúne 352 famílias. A assessoria da Secretaria de Estado dos Transportes informou que a questão da indenização ainda está em discussão judicial.

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