Manifestantes atearam fogo em pneus e fecharam a Avenida das Torres, em Curitiba, no início da noite de segunda-feira (13), em protesto pela morte de Felipe Vicente do Nascimento, 16 anos, na manhã de sexta-feira. Segundo familiares, o jovem se preparava para ir ao trabalho, quando foi baleado e a morte dele está ligada à briga das duas gangues na Vila Torres, Prado Velho.

continua após a publicidade

O crime aconteceu na Rua Manoel Martins de Abreu, local de vários assassinatos na vila. “Ele fazia estágio em uma universidade e se preparava para ir ao trabalho. Os assassinos chegaram, mandaram ele não se mexer, apontaram armas e deram cinco tiros”, conta Josiane dos Santos, 29 anos, irmã do rapaz. Felipe foi socorrido, mas morreu no Hospital Cajuru.

De acordo com a moça, que organizou o protesto, o garoto não era bandido. “Ele não fazia mal a ninguém, as pessoas do trabalho dele são testemunhas. Meu irmão morreu por estar dentro da vila em que as duas gangues, a de cima e a de baixo, vivem em verdadeira guerra”, diz.

Abandono

continua após a publicidade

A irmã do adolescente declarou que a situação na região é complicada e chamou a atenção das autoridades. “Sabemos quem foram os responsáveis pela morte, mas a polícia não faz nada. O que querem que façamos? Querem que levemos os assassinos para a cadeia?”. Segundo Josiane, a situação na vila está cada vez pior. “Ninguém é respeitado por aqui. Nem mesmo nós que moramos na vila e não temos nada a ver com a guerra. Nós precisamos de segurança, precisamos que a polícia esteja mais perto da gente”.

O protesto durou aproximadamente uma hora e meia e o trânsito foi totalmente bloqueado em todos os sentidos da avenida. Em acordo com a Polícia Militar, os manifestantes encerraram o protesto por volta das 20h e as pistas foram liberadas por volta das 20h30 com a chegada dos bombeiros, que apagaram as chamas.

continua após a publicidade

Investigações

O assassinato do adolescente é investigado pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). “Prendemos um dos suspeitos e buscamos, junto ao Judiciário, a expedição de mandados de prisão dos outros dois envolvidos”, explica o delegado Fábio Amaro. De acordo com o delegado, a família e outras pessoas foram ouvidas e foram importantes para as investigações. O delegado pede para que informações sejam passadas diretamente ao disque-denúncia da DHPP: 0800-6431-121.