Mais de 5 mil pessoas, entre professores, estudantes e grupos civis, fazem um novo ato de protesto contra as medidas adotadas pelo governador Beto Richa em relação à Paranaprevidência e também contra a ação da Polícia Militar nos protestos da última quarta-feira (29) e quinta-feira (30) em frente ao prédio da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep).
A manifestação acontece na manhã desta sexta-feira (1°), Dia do Trabalho, na Praça 19 de Dezembro, chamada de Praça do Homem Nu. De acordo com a presidente da Central Única dos Trabalhadores do Paraná (CUT-PR), Regiane Cruz, o slogan da orgazanição que antes era “Dia de Luta”, uma referência às lutas dos trabalhadores, se transformou em “Dia de Luto”, em homenagem ao “massacre” sofrido pelos professores.
Em frente ao painel da praça, os manifestantes satirizam os deputados que votaram a favor das mudanças no sistema previdenciário do funcionalismo público. As fotos dos parlamentares foram coladas em cruzes, dando a entender que eles estão mortos para o povo. Sob cada imagem há um registro de uma ação truculenta dos PMs contra os professores. Ao todo, são 33 cruzes: 31 representado os deputados, um para Richa e outra para Ademar Traino, presidente da Alep.
Manifestantes satirizam deputados. Foto: Aliocha Maurício. |
Palácio Iguaçu
O grupo iniciou, por volta das 11h, uma caminhada pela Avenida Cândido de Abreu em direção à Praça Nossa Senhora de Salete , onde fica o Palácio Iguaçu e a Alep. Os manifestantes gritam palavras de ordem e também “Fora Beto Richa”. Após chegarem oa Palácio, os manifestantes colocaram as bandeiras do Paraná e do Brasil a meio mastro.
Para protestar contra agressão sofrida pelos professores, os manifestantes espalharam tinta vermelha no lago em frente ao Palácio para representar o sangue, literalmente, derramado na ofensiva policial na quarta e na quinta-feira.
Sem força policial
Ao contrário do que aconteceu nos outros dias, não nenhum policial ou agente de trânsito na praça. Por volta das 10h duas viaturas passaram pelo local e alguns manifestantes mostraram tensão com a possível presença de efetivo policial, porém, os carros apenas passaram por ali.
Foto: Aliocha Maurício. |
Ação criminal
Mário Sérgio Ferreira de Souza, secretário jurídico da APP-Sindicato, que representa dos professores, afirmou à reportagem do Paraná Online que ingressará com uma ação criminal responsabilizando o governador Beto Richa, o secretário de Segurança Pública, Fernando Francischini, e os comandantes da Polícia Militar pela violência sofrida pelos educadores do Paraná.
Para isso, a APP-Sindicato e a Defensoria Pública, coma a ajuda de ONGs, estão colhendo assinaturas dos manifestantes feridos pela PM. De acordo com o secretário do sindicato, ao todo, foram 392 professores feridos, sendo a maioria com ferimentos acima da cintura e provocados por balas de borracha.
Sniper curitibano
Ferreira de Souza contesta também o uso de snipers posicionados no teto do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR). Os atiradores estavam posicionados de “forma estratégica” e faziam parte da Polícia Civil. Para o secretário, esse tipo de ação poderia colocar em risco a vida de professores e outros manifestantes.