De braços cruzados

Manifestantes conseguem suspender votação do HC

A mobilização dos trabalhadores do Hospital de Clínicas (HC) contratados via Fundação da Universidade Federal do Paraná (Funpar) impediu a reunião que poderia decretar a adesão da instituição à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), criada pelo governo federal para gerir hospitais públicos. A categoria entrou em greve na manhã desta quarta-feira (04), em protesto contra a decisão judicial que determina a demissão de 916 funcionários do HC ligados à Funpar. Por duas vezes, os grevistas conseguiram impedir o Conselho Universitário (Coun) de se reunir, barrando a entrada de seus membros na Reitoria da UFPR, pela manhã, e no Ministério Público Federal, à tarde.

A greve começou às 7h da manhã, com concentração no pátio da Reitoria. O temor da categoria é de que, com a adesão a Ebserh, o hospital não seja mais gerido pela UFPR e que haja demissão imediata dos funcionários da Funpar que atuam na instituição. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba (Sinditest-PR), aproximadamente 70% destes funcionários cruzaram os braço.

Por volta das 8h, os manifestantes fecharam o fluxo de veículos da Rua Amintas de Barros, o que causou confusão no trânsito da região e resultou no adiamento da reunião que analisaria o processo de adesão do HC ao Ebserh, marcada para as 9h. Segundo a UFPR, o ato impediu o acesso de conselheiros ao local da reunião. O Sinditest-PR alegou que não foram os manifestantes que impediram a passagem dos conselheiros, mas os seguranças da instituição.

Após o ato na Reitoria, os manifestantes seguiram em passeata pela Rua XV de Novembro. Segundo a assessoria de imprensa do HC, a greve causou o fechamento da central de agendamento de exames e consultas e deixou alguns ambulatórios médicos sem secretárias. Mesmo assim, o atendimento médico nestes ambulatórios foi normal, de acordo com o hospital.

Suspensa

Um novo encontro foi marcado para as 14h, na sede do Ministério Público Federal, na Rua Marechal Deodoro, no Centro, mas uma nova manifestação impediu a entrada dos conselheiros e a reunião foi suspensa por tempo indeterminado. De acordo com Larissa Gysi, diretora do Sinditest-PR, os manifestantes bloquearam a entrada do prédio por não considerarem legítima a instalação do Coun fora da universidade. “Ficamos sabendo 15 minutos antes do começo da nova reunião e fomos para o local. Nem todos os conselheiros foram comunicados”. Ela diz que a greve continua sem previsão de término.

A UFPR divulgou nota criticando a ação dos grevistas. “Nós repudiamos de forma veemente a ação dos manifestantes, que agiram de forma violenta e autoritária, impedindo o acesso de vários conselheiros e depois se retirando da reunião. Eles não respeitaram o espaço democrático que a UFPR e a Procuradoria da República abriram para debater a nova proposta, embora tenhamos feito oito audiências para discutir o assunto, mediadas pela Justiça, com as presenças dos seus próprios representantes”, diz o comunicado.

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