Cerca de 70 profissionais da imprensa de Curitiba organizaram, na tarde desta terça-feira (11), na rua Rua XV, em frente à Boca Maldita, ato em homenagem ao cinegrafista da TV Bandeirantes, Santiago Ilídio Andrade, 49 anos, que teve morte celebral decretada na manhã de segunda-feira (10). O profissional foi atingido por um rojão em meio a um protesto contra o aumento da tarifa do transporte coletivo no Rio de Janeiro, na quinta-feira passada (6).
O evento, organizado pela Associação de Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Estado do Paraná (Arfoc), reforçou a importância dos profissionais de imprensa e a exclusividade da atividade na ação de registrar os fatos. O coordenador de Fotojornalismo do Paraná Online e Tribuna, Átila Alberti, participou do ato.
“Houve a adesão de várias pessoas no local durante o protesto”, disse, ressaltando ainda que “a perca do cinegrafista da Band foi significativa, um fato triste e um alerta para melhorar-se o respeito a estes profissionais, que estão a trabalho, exclusivamente, na tarefa de registrar os fatos”.
“Quem incomoda-se com os repórteres e jornalistas são apenas aqueles manifestantes que optam pela baderna e não desejam aparecer na mídia e para a sociedade”, complementou.
O manifestação também lembrou a morte de outro cinegrafista da Band, Gelson Domingos da Silva, morto em novembro de 2011, com um tiro no tórax, durante cobertura de uma operação policial na Favela de Antares, na Zona Oeste do Rio.
Panorama preocupante
O ranking divulgado em 2013 pelo Comitê para Proteção de Jornalistas (CPJ), o Brasil está entre os países mais perigosos para o exercício da profissão. O ranking as mortes ocorridas entre 1992 a 2013, com 1.041 jornalistas mortos no período.
Os profissionais de imprensa que divulgam informações sobre política, guerra e corrupção são os mais perseguidos. E os principais responsáveis pelas mortes são grupos políticos, oficiais do governo e grupos criminosos. Em 88% de todos os casos, nenhuma medida judicial foi tomada.
Índice
O Brasil tem 28 jornalistas mortos no período analisado. Entre os temas mais abordados por eles, 59% era corrupção, 48% crimes locais e 30% política. Os mais atingidos trabalhavam para os meios impressos e rádios. O País não apresenta morte de mulheres, nem de estrangeiros no exercício da profissão.
Cerca de 73% dos casos não foram julgados. Segundo o CPJ, três jornalistas foram mortos no Brasil em 2013. Segundo outro estudo, do Instituto da Imprensa Internacional, seis jornalistas foram mortos no Brasil no ano passado.
Veja na galeria de fotos a homenagem.