Vigilantes tiveram ontem um dia de protesto. Durante toda a manhã, os manifestantes caminharam até as principais agências bancárias do centro, convocando os funcionários a aderirem à paralisação. Muitos bancos fecharam as portas. Os piquetes foram orientados pelo Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região Metropolitana (Sindivigilantes).

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“Só vamos sair daqui quando esses guardas saírem do banco e se unirem a nós. Eles têm que saber que existe lei a nosso favor e tem que ser cumprida”, reclama o manifestante Christian Paulotte, referindo-se à Lei 12.740 sancionada pela presidente Dilma Rousseff no mês passado e assegura aos vigilantes o adicional de periculosidade de 30%.

O presidente do Sindivigilantes, João Soares, explica que os bancos são obrigados a manter pelo menos dois vigilantes em cada agência. “Sabemos que atingindo os bancos, nossa causa ganha maior atenção da sociedade”. O sindicalista também já anuncia greve dos trabalhadores para o próximo dia 1.º, a data-base da categoria, caso os patrões não negociem.

Periculosidade

O Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Paraná (Sindesp/PR), coeso com a orientação da Fenavist (Federação Nacional das Empresas de Segurança e Transporte de Valores), informou em nota que o “adicional de periculosidade ao trabalhador exposto a roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais, só será aplicado após regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, como previsto em lei”. Segundo o Sindesp, até a regulamentação não haverá negociação.

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Clientela fica irritada

Marco André Lima
Marcos: prejuízo.

A paralisação convocada pelo Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região fechou várias agências bancárias. A Caixa Econômica Federal confirmou que a maioria das unidades não abriu as portas ontem para atendimento ao público. Agências de outros bancos também tiveram seus serviços afetados por causa do protesto.

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A situação complicou a vida de quem precisou usar os serviços bancários. O motorista Marcos Faria, que é de Manaus (AM), precisava sacar dinheiro para bancar os custos da viagem que faria a Fortaleza (CE) a trabalho. “Estou preso aqui em Curitiba com uma carga de maçãs avaliada em R$ 300 mil. Precisava sacar R$ 3 mil, mas esse valor só é possível tirar na boca do caixa. Então, perdi um dia de trabalho e posso ter prejuízo, já que minha carga é perecível”, lamentou o motorista.

Tenso

Uma auxiliar da Caixa que estava orientando os clientes na porta de uma agência do banco no Centro, disse que o clima estava tenso entre correntistas e funcionários. “Durante a manhã quase apanhei de clientes que não entendiam que a culpa não era nossa, mas sim dos vigilantes”, relatou a funcionária, que preferiu não se identificar.