Foto: Josoé de Carvalho/Acil |
Uma multidão invadiu as principais ruas da cidade. continua após a publicidade |
A população de Londrina foi às ruas, ontem pela manhã, em protesto contra a violência. O movimento Chega de luto – Londrina exige segurança mobilizou estudantes, representantes religiosos, comerciantes e moradores. Durante o ato, alguns proprietários de lojas fecharam as portas, outros colocaram faixas pretas em sinal de luto. Padres e pastores rezaram e vítimas da violência relataram situações de criminalidade que vivenciaram. Os locais que ficaram mais lotadas foram o calçadão central e as Ruas Tiradentes, Juscelino Kubitschek, Benjamin Constant e Sergipe.
?Foi um protesto pacífico, com muita serenidade, para pedir paz?, afirmou o presidente da Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil), Rubens Augusto. Segundo ele, a sensação de insegurança da população é grande. ?Os assaltos ao comércio, por exemplo, têm sido muito freqüentes, e cada vez mais violentos?, disse. Para Augusto, a discussão sobre segurança com as autoridades está amadurecida e a presença de comandantes policiais em Londrina desde o começo da semana é um sinal de que a situação pode melhorar. ?Não sei se é coincidência ou não, para nós não interessa, mas o fato é que parece que o governo do Estado já está nos ouvindo, trazendo mais policiais para a cidade?, disse.
O secretário de Governo de Londrina, Adalberto Pereira da Silva, disse não ser contra esse tipo de manifestação, mas se mostrou temeroso quanto à imagem da cidade. ?Os manifestos sempre são válidos. Mas acho que as pessoas que vêm a Londrina para fazer compras, por exemplo, chegam aqui e se deparam com lojas fechadas e acabam indo para outro lugar. Da mesma forma agem os investidores?, afirmou. Para Silva, a intensidade da violência em Londrina não passa nem perto de muitas cidades do Paraná, como Foz do Iguaçu, por exemplo. ?E lá, onde o turismo é forte, ninguém faz protesto?, comentou.
O comandante do Policiamento do Interior da Polícia Militar, coronel Celso José Mello, admitiu que um dos principais problemas em Londrina é o furto qualificado, mas opinou que a violência não é apenas questão de segurança pública. ?Se hoje temos jovens na criminalidade é porque eles não tiveram a atenção devida no passado, faltaram políticas públicas. Não sou especialista nesta área, mas vemos também a falta de urbanização como um agravante?, comentou. Ele lembrou que Londrina ganhou esta semana 170 novos policiais, que já estão estagiando nas ruas.
A Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) divulgou nota anteontem informando que os casos de criminalidade diminuíram em Londrina. Segundo a Sesp, os homicídios caíram 47% nos últimos dois anos.