Moradores do Jardim Itaqui, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, realizaram uma manifestação, ontem de manhã, que resultou no bloqueio da Avenida Rui Barbosa, no cruzamento com a BR-277.
A manifestação provocou congestionamentos tanto na avenida quanto na rodovia, gerando impaciência entre os motoristas que passavam pela região. No Jardim Itaqui, vivem cerca de cem famílias. Elas terão que deixar a área, que é de manancial e considerada de proteção ambiental.
Porém, até que isso aconteça, os moradores reivindicam condições dignas de vida e habitação. “A prefeitura diz que vamos ser relocados, mas a relocação nunca acontece e somos obrigados a viver em péssimas condições. Nosso principal problema é a falta de água”, disse a dona-de-casa Cláudia Antônia Roberto, que vive há cinco anos no Jardim.
Sem água, os moradores ficam sem ter como tomar banho, cozinhar, lavar roupas e louças. Cláudia conta que tem dois filhos, de 6 e 10 anos de idade, e que, em função da falta de abastecimento, as crianças não estão indo para a escola. “Desde que as aulas começaram, meus filhos não foram para o colégio. Não tenho como mandá-los estudar sem tomar banho”, afirmou.
Porém, a falta de água não é o único problema na região. Segundo a vendedora Josiane de Oliveira Deniski, que mora há três anos no Itaqui, no local também faltam luz elétrica, coleta de lixo, rede de esgoto e serviço de entrega de correspondências.
“As pessoas que moram no Itaqui pagaram pelos terrenos onde vivem. Mesmo assim, não têm direito a nada. Todos foram enganados por especuladores e precisam do auxílio do poder público. Porém, as coisas ficam apenas na conversa”, desabafou.
O secretário municipal de Habitação de São José dos Pinhais, Joacir Colaço Cantido, informou que a prefeitura está ciente dos problemas enfrentados pela população do Jardim Itaqui.
De acordo com ele, duas áreas próximas ao local estão sendo avaliadas para que seja realizada a relocação dos moradores. Entretanto, a mesma não deve ocorrer em período inferior a um ano.
“Os moradores estão cientes de que a relocação ainda vai demorar um pouco para acontecer. Já tivemos diversas reuniões com eles e os alertamos sobre a situação. Para melhorar as condições atuais de vida da população, estamos dialogando com a Copel e com a Sanepar para que alguma coisa seja feita até que a mudança venha a acontecer”, declarou.