Malha viária do Paraná só perde para a da Bahia

O Paraná tem a segunda pior malha viária (rodovias) do Brasil, perdendo apenas para a Bahia. A constatação foi feita pela equipe que elaborou o Guia Rodoviário 2004, uma das publicações mais respeitadas na área, vinculada ao Guia Quatro Rodas. Foi detectado que a extensão de trechos considerados precários no Estado aumentou 19,5% em relação ao último guia, lançado em 2003. São 816 quilômetros de estradas esburacadas. A BR-487, entre Iretama e Reserva, foi considerado o pior trecho do Paraná, com 174 quilômetros de buracos.

Segundo Antônio Campos, redator-chefe do guia, os critérios para a avaliação das estradas são: buracos, asfalto gasto, se o motorista precisa de vigilância constante e não pode superar o limite de 60 km/h. “Nós fazemos um alerta ao leitor. Percorremos as rodovias durante todo o ano e só constatamos o fato”, explica Campos. “A equipe do guia percorreu os principais troncos e algumas estradas secundárias com ligações a cidades importantes”, conta.

O caminhoneiro Osvaldo Vieira, de Campo Mourão, acredita que a melhor estrada é a BR-277. A viagem entre Campo Mourão e Pitanga, por meio da BR-487 e PR-460, também está complicada, de acordo com ele. Outro caminho difícil é em sentido Bauru (interior de São Paulo) pela PR-092, via Jacarezinho, no Norte Pioneiro. “Essas estão bem esburacadas”, comenta. Mas Vieira avalia como a pior estrada a BR-116, principalmente no perímetro urbano de Curitiba (BR-476).

A mesma opinião tem o caminhoneiro Nelson da Silva, de Curitiba. A principal rodovia que percorre é a BR-116. Para ele, há falta de sinalização e muitos buracos. “Não adianta desviar, se não cai em outro”, afirma. Silva teve muitos prejuízos com consertos e troca de peças por causa da falta de condições das rodovias.

Resposta

O Departamento de Estradas de Rodagem (DER), vinculado à Secretaria de Estado dos Transportes, divulgou por meio da assessoria de imprensa que em 2003 foram realizadas intervenções em 7.500 quilômetros, com serviços de manutenção corretiva, preventiva e periódica. Além disso, mais 300 quilômetros tiveram obras de restauração. O DER ainda informa que o processo de destruiçao e deterioração da malha viária estadual foi resultado do descaso e mal direcionamento de recursos na gestão governamental anterior. Segundo dados do órgão, em 2002, os problemas atingiam 39% do total de rodovias. A meta para 2004 é realizar obras de restauração em 1.635 quilômetros.

Quanto à BR-487 (que é federal, mas foi concedida ao governo estadual) – entre Iretama e Reserva -, considerada pelo guia como o pior trecho do Paraná, o DER comunica que estão sendo recuperados 100 quilômetros da estrada. Quarenta deles estão prontos. Alguns trechos da PR-441 e PR-239, na região central do Estado, também passam por restaurações.

O Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit) prometeu se pronunciar sobre o assunto, mas isso não aconteceu até o fechamento desta edição.

Brasil

Segundo o Guia Rodoviário, há 2,7 mil quilômetros de novos trechos precários nas estradas que cortam o País, totalizando 7.866 quilômetros de buracos. Isso significa um aumento de 53% em relação ao ano passado. Para realizar o estudo, os jornalistas percorreram 250 mil quilômetros de rodovias. O guia será lançado no próximo dia 8 de abril.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo