Mais de 50% das rodovias paranaenses têm problemas

Mais da metade dos 5.094 quilômetros de estradas pesquisadas no Paraná pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) apresentam problemas. O estudo nacional divulgado ontem levou em consideração os critérios de qualidade de pavimento, sinalização (horizontal e vertical) e geometria da via. Embora a situação preocupe, o estado obteve resultados melhores do que a média nacional. Dos 87.592 quilômetros avaliados em todo o País, 73,9% apresentaram problemas. Estima-se que sejam necessários R$ 23,6 bilhões em investimentos para que as estradas atinjam níveis satisfatórios, além da aplicação anual em manutenção de R$ 1,34 bilhão.

Durante 40 dias, 15 equipes da CNT analisaram o estado geral das rodovias. Os resultados não são animadores. Da extensão pesquisada no Paraná, 1.028 quilômetros foram considerados em estado geral ótimo (20,1%) e 1.420 em estado bom (27,9%). Porém, a maior parte apresentou problemas: 1.946 quilômetros (38,2%) estão em estado regular, 552 quilômetros (10,9%) ruim e 148 quilômetros péssimos (2,9%).

A pesquisa também elaborou um ranking de classificação dos melhores corredores rodoviários do País. Foram 109 as estradas pesquisadas e em primeiro lugar ficou a ligação da cidade de Limeira (SP) a São José do Rio Preto (SP), com as estradas SP-310/BR-364, SP-310/BR-456, SP-310/BR-050. O trecho obteve conceito ótimo e nota 99,9.

No Paraná, foram pesquisados 13 corredores e a melhor posição foi a ligação de Ourinhos (SP) a Cascavel, região oeste do estado, que ficou em 19.º na classificação geral. Foram pesquisados trechos das BR-158, BR-369, BR-376 e PR-317. A nota obtida foi 89,6, com conceito bom.

A ligação rodoviária que ficou em último lugar no ranking nacional foi Açailândia (MA) a Miranda do Norte (MA). A BR-222 obteve nota 44,9 e conceito ruim. No Paraná, o corredor que obteve o pior desempenho foi a ligação entre Barracão, região sudoeste, e Cascavel, ficando em 85.º lugar. Obteve nota 58,6 e conceito regular. O trecho é composto pela BR-163, PR-163/BR-163,PR-182/BR-163, PR-582/BR-163.

Em sua conclusão, a pesquisa afirma que as rodovias devem ser entendidas como um patrimônio do País. Assim, necessitam de planejamento que leve em conta a manutenção e a expansão. Até agora, observou-se o contrário. O resultado são longos trechos rodoviários em estado crítico: 54% (47.777 km) da extensão pesquisada estão com o pavimento em estado regular, ruim ou péssimo. Entre outros aspectos negativos, o levantamento mostra que 42,5% das pistas não têm acostamento. Os dados apontam ainda que as melhores rodovias estão situadas no estado de São Paulo e são privatizadas. No entanto, no Paraná a diferença entre as concessionadas e as públicas pesquisadas não foi tão significativa (ver quadro). O estudo apontou ainda que as rodovias mais precárias ficam no Norte e no Nordeste do País.

Para CNT, falta gestão pública

Elizangela Wroniski, com agências

O presidente da Confederação Nacional do Transporte (CNT), Clésio Andrade, afirmou durante a divulgação da pesquisa que as más condições das rodovias nacionais são decorrentes de falhas na gestão pública. ?O ponto crítico é a capacidade gerencial do governo para dar respostas para questões de infra-estrutura. Há um problema de gestão do Estado?, afirmou.

Clésio Andrade negou que privatizar seja a solução para resolver o problema dos 64.699 quilômetros de rodovias consideradas inadequadas pela CNT. ?Não é possível afirmar que o caminho para melhorar as vias é a privatização. É preciso ter viabilidade econômica. Não adianta o governo querer privatizar rodovias com pequeno fluxo?, argumentou.

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