Mais curitibanos optam pelo uso da cerca elétrica

A falta de segurança e a redução na burocracia exigida pela Prefeitura para conceder a licença para instalar cercas elétricas fizeram aumentar significativamente o número de casas, prédios e condomínios com o dispositivo em Curitiba. No ano passado eram 25, hoje são 110 e há 50 processos em andamento. Mas, moradores dividem opiniões sobre a eficiência do sistema.

O coordenador da Comissão de Segurança de Edificações e Imóveis (Cosedi), Hermes Peyerl, explica que em novembro de 2002 a Prefeitura baixou uma portaria onde deixou de exigir que os proprietários apresentassem projeto de instalação emitido por um engenheiro eletricista. Com a portaria, foram padronizadas as exigência técnicas que o empreendimento deve seguir. Enquanto a pessoa dá entrada nos papéis, já pode ir instalando a cerca. Mas é preciso ter um responsável técnico e os equipamentos utilizados precisam ter certificação de qualidade. Depois, a Prefeitura faz uma vistoria e se estiver tudo dentro do especificado, emite a licença. A taxa para o serviço custa R$ 15,00 e a liberação dos documentos ocorre em 15 dias.

Para evitar acidentes, a cerca deve ser instalada a pelo menos 2,40 m de altura. Se o vizinho não concordar com a instalação, ela deve estar inclinada 45% para dentro do terreno de quem a implanta. Segundo Peyerl, a eletricidade não causa a morte, porque embora a corrente possua 10 mil volts, a amperagem (quantidade de energia liberada) é pequena. “Quem encosta não fica grudado”, garante. “Só há risco na hora da queda.”Além disto os fios são finos, fáceis de serem rompidos.

Quem não seguir as especificações pode ser multado em R$ 436,00 e se for reincidente o valor dobra. Se mesmo assim o proprietário não cumprir as exigências legais vai responder processo criminal.

Eficiência

Tadeu Rodacki conta que a cerca elétrica foi colocada há seis meses no seu terreno. “O meu filho mora na casa ao lado”, conta. “Quando ele estava na praia entraram lá e forçaram a porta e as janelas” Depois daquilo, a família resolveu instalar o dispositivo e nunca mais receberam visitas indesejadas. “A cerca é eficiente”, garante.

Mas Sylvia e Laszlo Keresztes não acham o mecanismo tão bom assim. O casal resolveu adotar o dispositivo porque se mudaram a pouco e uma vizinha informou que a casa já havia sido assaltada. Na rua várias casas exibem o mesmo cuidado. “Sabemos que é um paliativo, se quiserem vão entrar de qualquer jeito”, afirma Sylvia. O marido foi quem menos gostou do dispositivo. Para ele, os cães ainda dão mais segurança. A instalação da cerca elétrica foi há dois meses e foram gastos R$ 1.400 para contornar todo o terreno. Sylvia comenta que não há aumento significativo na conta de luz.

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