Maioria já é proveniente da rede pública de ensino

Já aprovado em primeira discussão na Assembléia Legislativa, o projeto de lei de autoria do deputado estadual Ribas Carli propondo que metade das vagas nas universidades estaduais seja ocupada por estudantes oriundos da rede pública não muda em nada a realidade do ensino superior no Estado.

Ocorre que 56,8% dos alunos matriculados em todas as instituições de ensino superior mantidas pelo governo do Estado – seis universidades – já são provenientes de escolas públicas, segundo a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti). Apenas 28,7% dos estudantes que estão freqüentando essas instituições vêm da rede privada.

“Um assunto tão importante como este merece uma ampla discussão”, afirmou o secretário Aldair Rizzi. Na sua opinião, a proposta de reserva de vagas não leva em consideração o conjunto da situação.

Um exemplo é a condição de parte dos estudantes que freqüentaram uma escola pública, mas só no último ano do ensino médio matricularam-se numa escola privada com o objetivo de disputar vestibulares mais concorridos, como Medicina, às vezes com grande sacrifício por parte das famílias. Esses estudantes representam 14,5%.

Para Rizzi, uma das formas de ampliar o acesso ao ensino superior público é investir na melhoria da qualidade do ensino médio, o que, disse ainda, já vem sendo feito pelo governo do Estado através de programas de capacitação docente, entre outros.

Situação atual

Nas seis universidades, o quadro, conforme ainda a secretaria, é o seguinte: na Universidade Estadual de Londrina (UEL) matricularam-se em 2003, 71,5% estudantes paranaenses contra 28,5% de outros estados. Nessa instituição, a maioria, 44,4%, é proveniente do ensino público; 41,4% da rede privada.

Na Universidade Estadual de Maringá (UEM), a situação não é diferente: 75,8% paranaenses matriculados em 2003, contra 24,2% de outros estados. 46,7% vêm da rede pública e 41,3% da rede privada.

Na Universidade Estadual de Ponta grossa (UEPG): 88,8% dos estudantes matriculados são paranaenses, contra apenas 11,2% de outros estados. 48,5% deles provêm integralmente da rede pública e 36,7% da rede privada.

Na Universidade do Oeste (Unioeste), os estudantes paranaenses representam 92,2% do total de alunos (7,8% são de outros estados); 67,4% vieram do ensino público e 21,1% da rede privada.

Nas doze faculdades estaduais com sede no interior do Paraná a proporção é ainda maior: na Faculdade de Campo Mourão (Felcicam), por exemplo, 86,0% dos estudantes provêm integralmente do ensino público (93,2% são paranaenses), contra apenas 5,4% da rede privada. Em Paranavaí (Fafipa), a média é praticamente idêntica.

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