Perdas e ganhos

Maioria dos segmentos não lucrou como esperava na Copa

A Copa do Mundo foi percebida de formas diferentes pelos setores econômicos diretamente impactados pelo evento em Curitiba. Na avaliação de comerciantes, taxistas, donos de bares e restaurantes, o movimento não foi o esperado após a passagem de turistas estrangeiros e brasileiros. Já os hoteleiros, mesmo sem a ocupação integral dos 18 mil leitos, comemoram os resultados, impulsionados por turistas que “rasgaram” elogios à cidade, infraestrutura e atendimento dos serviços públicos e privados utilizados. Apesar das decepções, os empresários apostam em aumento de número de turistas na sequência, em função da visibilidade que o Mundial deu à capital.

Para o presidente da Associação Brasileira dos Bares e Casas Noturnas Seção Paraná (Abrabar), Fábio Aguayo, apenas uma parcela do setor foi beneficiada com o movimento de turistas gerado pela passagem da Copa em Curitiba. “Só os bares do anel centro de Curitiba tiveram um movimento considerado durante os jogos aqui na cidade. Outros polos de bares não obtiveram os resultados esperados”, afirma. Segundo Aguayo, o empresário que acreditou na realização do evento, conseguiu obter resultados durante o período de Copa do Mundo na cidade. “Quem deixou pra se mexer na última hora não teve o aumento no movimento desejado. Mas sabemos de donos de bares que estão rindo à toa com a Copa”.

A Abrabar também acredita que faltou mais ação do próprio setor e da prefeitura para promover outros polos de bares e casas noturnas. “Tivemos apenas o Dia E, na Praça da Espanha, mas podíamos ter promovido grandes festas nas regiões da Mateus Leme e da Itupava. Assim como os mineiros fizeram no bairro da Savassa, em Belo Horizonte”, afirma Aguayo. Apesar disso, o presidente da Abrabar comemora o resultado. “Tivemos muitos estrangeiros visitando a cidade e seus bares. O aumento no número de turistas em alguns bares foi de até 70% em relação aos clientes daqui, com aumento de 60% no movimento. O saldo é positivo, apesar de tudo”.

Frustração

Segundo Marcelo Woellner Pereira, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes Seção Paraná (Abrasel) o movimento no setor de gastronomia ficou abaixo do esperado. “A expectativa era maior. Apenas alguns empresários puderam comemorar algum aumento no número de clientes durante a copa, mas a maioria do setor está frustrado”, afirma.

Ele atribui o baixo movimento a um diferente perfil de turistas que passaram por Curitiba durante o Mundial. “Muitos são torcedores que estão viajando pelo país atrás de suas seleções. E quando chegaram a Curitiba, ficaram apenas por dois ou três dias. Além disso, esses turistas estavam atrás de balada e festas, e não vieram pra gastar com restaurantes caros”, completa. Ainda assim, o presidente da Abrasel acredita que Copa tenha sido positiva para Curitiba. “Tivemos bons investimentos em infraestrutura e além disso a visibilidade que a cidade teve para o mundo é enorme. Com certeza, muitos turistas voltarão pra cá”, aposta.

Nada de festa

Gerson Klaina
Celso: quase não teve trabalho.

Taxistas de Curitiba não têm o que comemorar em relação aos 13 dias de Mundial na capital. Segundo os motoristas, o movimento foi muito abaixo do esperado, já que os turistas aproveitaram as opções de transporte público gratuito oferecido na cidade. “Com ônibus de graça pra Fan Fest e para a as cercanias do estádio, quase não teve trabalho. E ainda coincidiu coma chegada de mais táxis, o que dificultou um pouco mais. Nesses dias de copa fiz pouquíssimas corridas com tu,ristas. Infelizmente, a Copa não foi boa para a nossa classe”, lamenta Celso Lisboa, taxista há
26 anos.

Turistas aprovam atrações e hospitalidade

 Gerson Klaina
Cena comum no Centro de Curitiba nos dias de jogos.

Na manhã de quinta-feira (26), último dia de jogo da Copa em Curitiba, dezenas de torcedores se reuniram na Boca Maldita para se concentrar para a partida entre Argélia e Rússia. Em conversa com a reportagem da Tribuna, muitos deles aprovaram as atrações oferecidas pela capital.

O norte americano Samuel Havens, da cidade de Seatlle, está viajando pela América do Sul e optou por passar por Curitiba durante o mundial. Ele gostou muito dos prédios históricos e a aprovou os preços baratos dos museus da cidade. “É incrível como a cidade preserva sua história. Tem prédios incríveis no meio da cidade, com as pessoas circulando entre eles. Isso é muito bacana. E os museus são incrivelmente baratos e ricos em materiais”, conta Samuel.

 Gerson Klaina
Max e Elena pensam em voltar pra curtir cidade com calma.

O casal de russos Max e Elena também aprovou sua estadia em Curitiba. Eles chegaram à cidade na última quarta-feira (18) e vieram exclusivamente para assistir a partida da seleção russa. “A cidade é muito simpática e bem organizada. As pessoas daqui também são muito receptivas. Adoramos nossa passagem por aqui”, afirma Max. “Quem sabe voltamos mais pra frente pra curtir a cidade com mais calma”, completou.

 Gerson Klaina
Samuel: museus incrivelmente baratos e ricos em materiais.
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