Mais da metade (57,7%) das estradas paranaenses foram consideradas ótimas (17%) ou boas (40,7%) pela Pesquisa de Rodovias da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) 2010, divulgada ontem.
O estudo apontou também que apenas 4,9% delas podem ser consideradas péssimas, e 11%, ruins. O estudo avaliou 109 ligações rodoviárias em todo o País (89.552 km, sendo 16.166 km somente na região Sul), tendo como critérios principais a importância socioeconômica e o volume significativo de veículos de cargas e/ou passageiros.
Foram avaliados pavimento, sinalização e geometria das vias (tipo da rodovia, se tem faixas adicionais, se tem pontes e viadutos, curvas, acostamentos, etc.). A CNT elaborou um ranking com as melhores e piores rodovias, sendo que os juízos de valor vão desde trechos “ótimos” até os “péssimos”.
Entre as rodovias apontadas como boas e melhores no Paraná estão a BR-116, entre Curitiba e São Paulo (25.º lugar no ranking nacional), a BR-153, PR-092 e PR-151, entre Ponta Grossa (Campos Gerais) e Ourinhos (em São Paulo, na 28.ª posição). Em seguida, no Paraná, veio a BR-376, entre Arapongas e Curitiba (34º lugar).
Já os piores trechos apontados como ruins pelo estudo, no Paraná, são a BR-163, a PR-467 e a BR-467 (entre Dourados, no Mato Grosso do Sul, e Cascavel, no oeste do Paraná); além da BR-163 e PR-163, entre Barracão (norte do Paraná) e Cascavel.
A primeira ficou na 101.ª posição no ranking, e a segunda, na 104.ª colocação. Num panorama nacional, as melhores colocadas ficam em São Paulo (SP-255, SP-280 e BR-374), e as piores, no Pará (BR-222, entre Marabá e Dom Eliseu, na 109.ª posição).
Em geral, a pesquisa concluiu que houve melhorias de 2009 para 2010, em relação a pavimento e sinalização. Principalmente no que se refere às estradas pedagiadas (em todo o País, 54,7% das estradas pedagiadas foram enquadradas no quesito “ótimo” pelo estudo).
O diretor de Transporte Rodoviário de Cargas da CNT, Pedro Lopes, comenta que grande parte das que foram consideradas regulares no ano passado, passaram a ser avaliadas como ótimas na pesquisa atual. “Já em relação às não concessionadas esses critérios pioraram”, comentou.
Segundo Lopes, é preciso que as rodovias administradas pelo poder público passem a seguir o mesmo ritmo de gestão das pedagiadas. Ele lembra que a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CID) não é aplicada em estradas (públicas), como deveria ser.
“Falta vontade de desenvolver projetos”, afirma. Mesmo as estradas sob o domínio privado têm que ser controladas de perto, por toda a sociedade, diz ele, para evitar abusos e discrepâncias nos valores do pedágio. “A sociedade tem que acompanhar o processo de concessão desde o início, como ocorreu em Santa Catarina, onde não há tantas discrepâncias de valores”, disse.
Outros problemas como estradas antigas (que são duplicadas com o mesmo traçado, quando deveria ser diferente), e o excesso e a crescente tecnologia dos veículos também contribuem para a degradação das rodovias, na avaliação de Lopes.