Menos da metade dos nascimentos de bebês ocorridos no Paraná nos últimos anos foram de mães com idade até 24 anos, ao contrário da maioria dos outros estados brasileiros.

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No Maranhão, por exemplo, a proporção de nascimentos de mães com idade até 24 anos, em 2006, foi de 66,2%. Pela primeira vez o Brasil registrou redução da fecundidade entre mulheres de 15 a 19 anos.

O País registra também redução no número de filhos. Na última estimativa, de 2006, a média era de menos de dois filhos para cada mãe brasileira. O número de nascimentos no País caiu de 3,2 milhões, em 2000, para 2,9 milhões, em 2006. A queda foi mais acentuada nas regiões Sul e Sudeste. Os dados fazem parte do estudo Indicadores Sociodemográficos e de Saúde, divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A pesquisa demonstra também que o Paraná está entre os principais estados brasileiros que melhoraram a atenção pré-natal. O Paraná é o Estado em que as mulheres mais fazem consultas de acompanhamento até o parto: mais de 70% das mulheres fizeram sete ou mais consultas até o nascimento do bebê, enquanto menos de 1% das grávidas paranaenses não fez nenhuma consulta. Acre e Amapá foram os estados em que mais mães não foram a nenhuma consulta pré-natal, com 11,1% e 9,6% do total, respectivamente.

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Por outro lado, o grande número de partos cesáreos se tornou objeto de preocupação, de acordo com o IBGE. Os percentuais de cesáreas no Brasil estão quase três vezes acima do que é recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Idosos

O Brasil está passando por envelhecimento da sua população, com aumento da esperança de vida ao nascer. Essa mudança, segundo o IBGE, requer novas prioridades na elaboração de políticas públicas, como a formação de profissionais para atendimento geriátrico e gerontológico, além de medidas efetivas com relação à Previdência Social.

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Com a população mais idosa, mudaram também as principais causas que levam o brasileiro à morte. Em menos de 50 anos, o Brasil passou de um perfil de mortalidade típico de uma população jovem para um quadro caracterizado por enfermidades mais complexas e que causam mais gastos, típicas de faixas etárias mais avançadas, como problemas circulatórios.

Houve aumento de mortes causadas por doenças cardiovasculares, enquanto as doenças infecto-contagiosas representam menos de 10% das mortes dos brasileiros que, em meados do século passado, eram responsáveis por metade das mortes registradas no País.

As doenças crônicas atingem 75,5% dos idosos. Menos de 30% das pessoas com mais de 60 anos têm plano de saúde, o que corresponde a aproximadamente 5 milhões de pessoas.

Povo indígena aumenta

As populações indígenas aumentaram em cerca de 440 mil de 1991 a 2000, segundo levantamento do IBGE. O percentual de indígenas na população brasileira passou de 0,2% (294 mil) para 0,4% (734 mil). A escolaridade dos indígenas também aumentou. A média é de 3,9 anos de estudo.

Aumento da resistência a agentes infecciosos, ações de saúde voltadas aos indígenas e a organização dos próprios indígenas são os fatores apontados pelo IBGE como responsáveis por esse acréscimo na população. A categoria indígena foi incorporada pelo IBGE ao questionário do censo demográfico a partir de 1991.

Jovens são vítimas da violência

Homens jovens pobres, na faixa dos 15 aos 29 anos, são as principais vítimas de mortes violentas e também os principais causadores da violência urbana brasileira.

O percentual de mortes pa,ra esse perfil da população saltou de 12,9% em 1980 para 18,3% em 2005. Para as mulheres, as mortes violentas não são um fator determinante, com percentuais baixos e praticamente estáveis (4,5% em 1980 e 4,9% em 2005).

No Paraná, os assassinatos de homens jovens por arma de fogo passaram de 45,1 para 88,3 jovens em cada 100 mil jovens, de 2000 a 2005. A média é superior a do Brasil, que é de 74,5.

Em 2000, na região sudeste, quase metade das mortes masculinas por causas externas deveu-se a homicídios, número que caiu para 35% em 2005. No mesmo ano, a taxa de mortalidade por homicídios a cada 100 mil jovens na população masculina de 15 a 29 anos no País era de 98,3, número que reduziu para 95,6 cinco anos mais tarde.

Entre 2000 e 2005, cresceu o percentual de homicídios masculinos nas regiões Sul, Norte e Nordeste, onde as taxas elevaram-se cerca de 40%. Essa situação de perdas de vidas jovens começou a se intensificar consideravelmente a partir dos anos 1980.

Há 30 anos, a sobrevida feminina era de seis anos. Essa diferença aumenta para 7,6 anos em 2000, sendo que no Sudeste os homens vivem, em média, quase nove anos a menos que as mulheres.