Mães que perderam seus filhos em acidentes de trânsito se reuniram ontem na Boca Maldita, centro de Curitiba, para recolher assinaturas de apoio ao anteprojeto de lei que visa alterar o Código Brasileiro de Trânsito (CBT). A iniciativa é do Movimento Nacional de Educação e Humanização do Trânsito e em Defesa da Vida (Move-te), originário de Minas Gerais e que propõe que todo o acidente de trânsito com vítimas fatais seja considerado como crime de lesão corporal dolosa (com intenção de matar), quando causados por motoristas embriagados ou que estavam participando de rachas.
Mais de cinco mil assinaturas já foram recolhidas em Curitiba, onde o Move-te recebeu apoio do Instituto Paz no Trânsito, criado por Christiane Yared, que perdeu o filho Gilmar Rafael em um acidente que teve repercussão nacional, em maio do ano passado, em Curitiba. Um dos envolvidos é o ex-deputado estadual Fernando Ribas Carli Filho. A audiência que vai determinar se ele vai ou não para júri popular está marcada para o dia 09 de novembro.
A expectativa era reunir mais de mil assinaturas somente ontem com a mobilização de mães. “Temos vindo para a Boca Maldita para conseguir assinaturas. Ficamos, em média, com 300 por sábado. Hoje (ontem), com toda a mobilização, esperamos conseguir pelo menos mil assinaturas”, explica Rose Mari Carriel de Lima, uma das líderes do movimento no Paraná e que perdeu um filho em acidente há quase dois anos em Curitiba.
O Move-te já tem mais de duzentas mil assinaturas, contando as do Paraná e de Minas Gerais, mas precisa de um milhão para que o projeto de lei de iniciativa popular seja enviado ao Congresso Nacional. A proposta foi elaborada pelo próprio movimento e está disponível no site www.movetvida.org/.