O Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas – Sicride – identificou e localizou a mãe da criança, de 3 anos, abandonada no dia 12 de fevereiro de 2003 no Cemitério Municipal de Curitiba. Itamara da Gama, 40 anos, foi encontrada pelos policiais do Sicride e disse não saber de seu abandono.

Ela contou aos policiais que deixou a criança sob os cuidados de Dorotéia Galvão de Oliveira, 44, e pagava até uma mensalidade para que a mulher cuidasse da menina. Segundo a delegada-titular do Sicride, Márcia Tavares dos Santos, quando foi mostrada a foto da criança à mãe, e contado que ela havia sido abandonada no Cemitério Municipal há quase um ano, Itamara ficou muito assustada.

Há três semanas, Dorotéia comunicou o seqüestro de uma criança ao Sicride. Os investigadores mostraram fotos da menina encontrada no cemitério e Dorotéia reconheceu a criança. “A partir daí identificamos a mãe. No dia 31 de janeiro deste ano, encontramos Itamara na cidade de Fazenda Rio Grande”, relatou Márcia.

Dorotéia contou que em fevereiro de 2003 um casal foi a sua casa identificando-se como membro do Conselho Tutelar. Eles levaram a criança sem nenhuma justificativa e Dorotéia decidiu ir logo em seguida ao Conselho Tutelar. Porém, a menina não estava abrigada lá e a mulher foi orientada a procurar a polícia, mas não quis registrar queixa. Segundo a delegada Márcia, Dorotéia se justificou alegando estar com problemas de saúde, podendo fazer a denúncia só agora.

A delegada informou ainda que o Sicride vai investigar o suposto crime de abandono de incapaz, com pena prevista de seis meses a três anos de detenção. Por enquanto, a menina está abrigada em um lar de crianças.

Itamara alega que deu para Dorotéia a sua outra filha, nascida em 30 de novembro de 2002, mas Dorotéia afirma que esta menina é sua filha legítima e inclusive a registrou em seu nome. Ela contou que não sabia que estava grávida na época, mesmo tendo feito consultas médicas dois meses antes do parto (em setembro de 2002), que acabou ocorrendo em casa. O Sicride também investiga o suposto crime de falso registro. Neste caso é prevista a pena de dois a seis anos de reclusão.

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