A pequena Valentina, de nove meses, morreu na tarde de segunda-feira no Hospital Pequeno Príncipe. Em setembro, sem que seus pais vissem, ela engoliu uma presilha de cabelo, que ficou entalada no esôfago. Quando isto foi descoberto, ela passou por várias cirurgias e exames. Melhorou e piorou diversas vezes. Em 2012, 408 crianças foram internadas em hospitais após terem engolido pequenos objetos.
A criança deu entrada no hospital em 19 de setembro, porque tinha desmaios repentinos, sem que a família soubesse a causa. Vários exames foram feitos e nenhum deles apontava o motivo. Dia 22 de setembro, quando a menina vomitou sangue, uma endoscopia revelou a causa. Era a presilha, que já estava perfurando o esôfago. Valentina passou por cirurgia e se recuperou bem. Depois que teve alta e já estava em casa, voltou a expelir sangue. A partir daí, o quadro dela melhorou e piorou diversas vezes. A última internação foi em 15 de outubro.
Num determinado momento, alguns órgãos dela não eram mais capazes de filtrar os líquidos do corpo e a criança inchou muito. Enquanto a família esperava que ela melhorasse, para ser levada a uma diálise, a menina morreu de falência múltipla dos órgãos.
Todo o histórico do problema de Valentina foi relatado pela mãe, Amanda Vieira Rocha, no Facebook, onde inclusive ela postou foto da presilha que os médicos tiraram do esôfago. Nos últimos dias, os médicos eram realistas em dizer que a criança tinha poucas chances de sobreviver. Mas qualquer reação da menina era motivo de fé e alegria para Amanda. Com o passar dos dias, a história se tornou viral na rede social e as curtidas e comentários aumentaram diariamente. A postagem em que a mãe comunica o falecimento, dizendo “e no meu colo a princesa descansou”, recebeu quase 30 mil curtidas.
Valentina foi sepultada às 16h de ontem no Cemitério do Orleans.
Mãe posta o passo a passo do caso da filha
Desde o início, a mãe da criança, a educadora infantil Amanda Vieira Rocha, contou a história pelo Facebook. Acompanhe:
1. Dia em que Valentina foi para o Hospital Pequeno Príncipe, para decobrir o porquê dos desmaios.
2. Depois de várias investigações no hospital, descobriu-se que a menina engoliu uma presilha e teve que ir para cirurgia.
3. Na saída da cirurgia, quando o médico entregou a presilha retirada do esôfago à família.
4. Valentina parecia se recuperar muito bem.
5. Começando a comer.
6. A felicidade de receber alta do hospital, 16 dias depois da cirurgia.
7. A alegria de arrumar as malas e voltar pra casa com um desafio vencido.
8. Tudo corria bem em casa ….
9. … quando algo complicou e uma nova cirurgia foi necessária.
10. A postagem de uma foto da menina mostra a preocupação dos pais em relação à recuperação dela.
11. Para quem não sabia exatamente o que estava acontecendo, a mãe explicou melhor aos seus amigos do Facebook.
12. Mesmo com os tratamentos e a recente cirurgia, Valentina sorri.
13. A alegria de ver o papai.
14. Entre altos e baixos, os dias vão se passando no hospital…
15. … até que uma nova cirurgia é necessária.
16. A médica é realista e alerta da real possibilidade. Mas o quão duro é para uma mãe acreditar na morte.
17. As esperanças estão se esvaindo e os apelos aos amigos por oração e a Deus para que interceda tornam-se frequentes.
18. Com o passar das postagens, as curtidas, comentários inbox e mensagens via Whats App vão aumentando, a ponto da mãe ter que pedir para que ninguém mande mais nada.
19. Depois de já dar a morte como certa, uma luz no fim do túnel e mais pedidos de oração.
20. Depois de mais uma diálise para filtrar líquidos do corpo, nova confiança de que Valentina vai ficar bem.
21. A esperança de que a menina tenha uma melhora para poder ser levada a uma hemodiálise.
22. A situação fica crítica e até os diretores do hospital se reúnem para decidir o que fazer.
23. Não bastasse a dor de suportar a situação crítica da filha, a mãe também precisa lidar com telefonemas e explicações.
24. E a hemodiálise não pode ser feita. E as coisas estão saindo do controle.
25. E a notícia que ninguém dar ou receber …
26. Ao mesmo passo que as curtidas e comentários aumentam, a dor de mãe também se torna insuportável a ponto de pedir que ninguém mais mande nenhuma mensagem no Facebook.
27. E por fim, os avisos fúnebres.