Data especial

Mãe é sinônimo de muito amor e carinho

Amor incondicional. Preocupação com cada pequeno detalhe. Cuidado em todos os momentos. Dedicação total. Servir de exemplo. Não importa. Amor de mãe, cada um à sua maneira, é o maior que existe.

Por isso, O Estado selecionou seis perfis de mães corajosas, determinadas, guerreiras e emotivas para contar as suas histórias. Uma homenagem a todas as mães neste dia.

SAUDADE

O filho caçula, Filipe, de 16 anos, está conhecendo uma nova cultura, fazendo novos amigos, sendo bem tratado, feliz da vida. Mas tudo isso na França, longe da mãe, a advogada Marisa Lemos, que vai passar o segundo Dia das Mães consecutivo longe de um dos filhos.

No ano passado, foi a mais velha, Mariana, 18 anos, que estava no Canadá. E, agora, o que faz falta são as conversas com o filho, de ele contar o que aconteceu na escola, como foi o seu dia ou mesmo de vê-lo passar horas jogando videogame, já que a mãe, que trabalhava em casa, passava o dia paparicando os filhos.

“Não tenho preocupação com ele porque sei que ele está feliz. O que dói é a saudade. Sofri muito mais antes de ele ir. Mas nessas datas especiais não tem como segurar. Ainda vai ter meu aniversário e aniversário dele longe de mim”, relata Marisa.

Aos domingos, a falta é maior. “Domingo é dia de a família toda ficar em casa, de brincar, conversar, faço um bolo para todo mundo… Mas filho não é para a gente, é para o mundo, então tem que fazer sacrifícios”, completa.

ESPERANÇA

Pelo filho, mãe faz tudo. Adriana Gomes Salvaro é mãe do Pietro, de um ano e meio, que nos últimos três meses passou por sete cirurgias no Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba.

Ele tem problemas cardíacos e as consultas e cirurgias vão continuar por mais algum tempo.

A previsão de alta do hospital de Pietro é para esta semana, o que deve ser um presente para Adriana.

Mas ele vai precisar voltar ao hospital para continuar o tratamento. As orações de Adriana a cada cirurgia foram incontáveis. “É dedicação total e nunca perder a esperança. Não consigo me ver sem ele. A recuperação das crianças surpreende. O amor, a dedicação e a fé fazem a diferença na vida das crianças. Elas são pequenas, mas elas sentem”, acredita.

O otimismo dela é contagiante. Adriana pensa também nas outras mães, que com ela compartilham a preocupação de ver os pequenos no hospital. “Nesse Dia das Mães queria poder realizar um pequeno milagre para a melhora de todas essas crianças que estão aqui no hospital”, deseja.

PERDA

O bom humor e as mil e uma atividades do filho (academia, curso de mergulho, aulas de francês) enchiam a casa de alegria.

Ouvia-se a voz dele de longe, assim que ele chegava e subia rapidamente as escadas.

Ou também podia-se vê-lo de longe, com seus 1,98 metros de altura. Ele, definitivamente, não passava despercebido.

Então, um ano atrás, Cristiane Yared é acordada de madrugada com a pior notícia que uma mãe pode receber: a morte do filho Gilmar Rafael, de 26 anos, em um acidente de trânsito causado pelo ex-deputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho.

Naquele entardecer, ele foi à igreja e, durante a semana, se despediu e tirou foto com todos os amigos em uma festa na faculdade – ele iria viajar para a Austrália dois meses depois.

Exemplo de luta por justiça no caso da morte do filho, Cristiane nunca descansou. Nesse último ano, ela criou um grupo de apoio para atender outras mães que passam pelo mesmo sofrimento da perda.

“Não conheço uma mãe que não tenha parado ao lado do berço do filho e imaginado como a vida dele seria. Mãe sonha os sonhos do filho, desde o momento em que ele nasce e vive-os como se fossem os se,us sonhos. Quando os sonhos vão embora, sobra a realidade. E a realidade é muito dura. É preciso conviver com a certeza de que não vou mais vê-lo”, define Cristiane.

RECOMEÇO

Depois de 20 anos, a depiladora Dezeni Aparecida da Silva de Oliveira vai descobrir como é ser mãe de novo.

Hoje com 47 anos, ela está grávida do seu segundo filho, que vai se chamar Luiz Felipe e que deve nascer até o final desta semana.

Sua primeira filha, Mary Helen, Dezeni teve com 19 anos, fruto de seu primeiro casamento.

Ao se casar novamente, o marido sempre pediu um filho, que para ele será o primeiro.

Depois de uma tentativa no ano passado, Dezeni engravidou novamente e teve uma gestação tranquila, deixando a casa toda cheia de expectativas em torno do novo integrante da família, que deve presentear a mãe Dezeni na semana em que ela é homenageada.

O novo bebê atende também a um antigo pedido da filha, que sempre quis ter um irmãozinho. E, mesmo Dezeni já sendo mãe, depois de tanto tempo, será como se fosse o primeiro filho, tendo que descobrir tudo de novo. “Vale a pena começar tudo de novo. É uma experiência diferente, da primeira vez não sabia a responsabilidade que é criar um filho”, relembra, empolgada.

SURPRESA

Inesperado, mas muito bem-vindo. Depois de ter sua rotina completamente transformada pela chegada do seu bebê, o primeiro Dia das Mães de Valéria Nunes Proença, de 15 anos, vai ser ao lado do marido e do filho Kauã, que tem um mês de vida.

Nos primeiros dias ainda sem saber exatamente o que fazer, agora Valéria é só atenção e dedicação exclusiva para as tarefas de dar banho, trocar a roupa e atender todas as necessidades de Kauã.

“No começo, quando ele começava a chorar dava vontade de chorar junto com ele”, diz Valéria, para quem o Dia das Mães passou a ser uma data mais especial. “Até esse momento, dava um feliz dia das mães para a minha mãe, mas o dia não tinha um significado maior para mim. Agora saber que eu tenho um filho e que no ano que vem ele vai poder estar treinando as primeiras palavras e até falar ‘mamãe’ é completamente diferente”, revela. Os planos para Kauã são muitos. “Não vejo a hora de ele começar a caminhar, ir jogar bola, andar de bicicleta”, planeja.

SONHO

Ser mãe, mais do que a gestação, é criar o filho cercado de todos os cuidados possíveis.

Nos próximos dias, Suellem Kurten, de 32 anos, vai poder realizar o maior sonho da sua vida. Ser mãe.

Após sete anos tentando engravidar, sem sucesso, e já tendo passado pelos mais diferentes tratamentos de fertilidade, ela e o marido optaram pela adoção e decidiram adotar logo duas crianças.

Enquanto os pequenos não chegam, os preparativos não param na casa de Suellem. Já tem berço, cama, papinha, cadeirinha, produtos de higiene, roupas e bichinhos de pelúcia.

“Nossa vida foi toda preparada para ter filhos. Já temos escola, time de futebol, tudo escolhido. E comecei a pensar o que eu realmente queria: se era ter uma barriga e enjoar ou ter um filho que eu possa cuidar, dar carinho, amor e educar”, reflete. “Meu amor por eles foi desejado a minha vida toda. Não sou só eu que vou mudar a vida deles, são eles que vão mudar a minha vida”, compara.