Mariléia Onório, de 31 anos, e seu filho, Éder Gabriel, 4, atropelados na segunda-feira por um trem no pátio da ALL, no Alto Boqueirão, zona sul de Curitiba, quando dirigiam-se para a escola do menino, tiveram a perna direita amputada em razão da gravidade dos ferimentos. Os dois permanecem internados no Hospital Cajuru. Segundo informações do hospital, nenhum dos dois corre mais riscos.
A tensão na ocupação irregular Vila Pantanal se agravou depois do acidente. Os cerca de 4 mil moradores vão ter que continuar a atravessar o pátio de manobras da ALL para pegar ônibus, ir ao banco, à escola e ao posto de saúde. O coordenador de regularização fundiária da Cohab, Marco Aurélio Becker, descartou a construção de uma passarela para tráfego no local. Segundo ele, a passagem teria de ter, no mínimo, 200 metros de comprimento. “É uma obra muito cara.” Além disso, segundo Becker, à noite, o local ficaria deserto, podendo servir de refúgio para marginais.
No entanto, a Prefeitura diz já ter um plano de reurbanização para a área. A idéia é recadastrar moradores, com a realocação de algumas casa e a vinda de pontos de ônibus, postos de saúde e escolas para o local. “Vamos disponibilizar os equipamentos urbanos para a população”, diz Becker.
Moradores, Prefeitura e ALL reúnem-se hoje, às 10h, no pátio da empresa. A vice-presidente da Associação de Moradores da Vila, Tânia Maria Teixeira, diz que novos protestos serão realizados se não houver resposta convincente, da Prefeitura ou da ALL. “Estamos cansados de promessas”, conta.