Depois de passar a noite internado, o garoto Eduardo Oliveira, 9 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu no Hospital do Trabalhador às 6h40 desta quarta-feira (12).

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Ele teve cerca de 90% do corpo queimado no incêndio que destruiu a casa onde morava junto com a mãe, o padrasto e dois irmãos. A casa ficava na invasão Torres, próximo a Vila Portelinha, no bairro Santa Quitéria.

De acordo com Rosângela da Silva Oliveira, mãe de Eduardo, o garoto fritava hambúrgueres e provavelmente teve a roupa incendiada. Ela tinha deixado Eduardo e o irmão de 11 anos em casa e foi com o mais novo, de 7 anos, cortar o cabelo em um salão  a três quadras da residência.

“Cheguei do mercado com as compras. Ele disse que queria comer hambúrguer, mas falei para comer uma bolacha e esperar eu voltar do salão para fritar. Meu outro filho contou que quando eu saí, ele pegou a caixa na geladeira e foi para o fogão”, descreveu Rosângela.

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Conforme a mãe, Eduardo era bastante agitado e foi diagnosticado na escola com distúrbio de comportamento. “Ele tinha dificuldade para obedecer. Eu estava atrás de um psicólogo, mas não tínhamos condições. Como os três logo iam entrar em férias, eu tinha pedido demissão no trabalho para poder ficar com eles até as aulas começarem”, alegou Rosângela, que trabalhava como auxiliar de cozinha.
Ela acredita que Eduardo teve a roupa incendiada e por isso correu para o banheiro assustado e não conseguiu mais sair.

“A tranca é fácil de abrir e ele era um garoto esperto. Pode ter se apavorado”, supôs a mãe. Apesar da tristeza da perda, ela disse estar de certa forma aliviada. “Os médicos disseram que ele teria uma das mãos amputadas e teria de passar por muitas cirurgias. Ele ia continuar sofrendo por muito tempo. Deus sabe o que faz”, resumiu Rosângela.

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Ela é mãe de sete filhos: três adultos, os três garotos que moravam com ela e uma menina que foi adotada por outra família porque Rosângela não tinha mais condições de sustentá-la.

Depoimento

No fim da manhã desta quarta-feira (12), a mãe foi até a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), acompanhada do marido e do patrão dele, o serralheiro José Bartolomeu Periard, que foi responsável por tirar Eduardo da casa em chamas e levá-lo no próprio carro ao hospital. Os três foram prestar depoimento e pegar a os documentos necessários para liberar o corpo no Instituto Médico-Legal (IML).

“Ao me deparar com a casa em chamas, disseram-me que o garoto estava no banheiro, então chamei alguns amigos e arrebentamos a parede. Ele estava muito ferido. Não esperei a ambulância e levei-o ao hospital. Quando eu retornava para o local do incêndio, foi ai que os bombeiros apareceram”, voltou a afirmar José.

De acordo com moradores, o primeiro caminhão de combate a incêndio chegou ao bairro cerca de uma hora depois que o fogo tinha começado.

Desabrigados

A família perdeu tudo e precisa de ajuda para reconstruir da vida. Quem puder ajudar deve entrar em contato pelos telefones 9142-6816 e 8447-9010.