Mãe de Ricardinho acertou o placar

?O Brasil vai vencer a Turquia por um a zero?. Esse foi o palpite que a mãe do jogador Ricardinho, Roseli Rodrigues, fez antes do jogo. E ela estava certa. Assim como ela também acertou o placar das duas últimas partidas da Seleção Brasileira na Copa do Mundo, contra a Inglaterra e Bélgica. Para a final da Copa, Roseli não quis arriscar, mas confia que o Brasil vai ser pentacampeão.

Dona Roseli assistiu à partida no Hotel Rayon, junto com a família e amigos. A esposa do craque, Juliana Rodrigues, dizia que estava tensa durante a partida, até porque esqueceu em casa o amuleto da sorte. ?Somos devotos de Nossa Senhora Aparecida, e sempre assisto os jogos com a santinha na mão. Mas hoje esqueci de trazer a santa, e espero que ela atenda minhas preces?, disse. Paixão à parte, Juliana torcia para que o marido entrasse em campo, ?pois acho que ele pode ajudar. Mas se o Felipão (Felipe Scolari, técnico da Seleção) preferir que ele fique de fora, sabe o que está fazendo?, revelou confiante.
Lágrimas
A família do paranaense Kléberson também assistiu ao jogo no hotel, e a mãe do volante, Maria dos Santos Pereira, não conseguia esconder a aflição. ?Tô sentindo que meu filho está nervoso?, disse. Para acalmar a tensão e tentar enviar energias positivas para o craque, dona Maria rezava sentada na mesa. Mas ao 39 minutos do segundo tempo, Kléberson saiu do jogo, sendo substituído por Belletti. O craque deixou o campo de maca, e foi aplaudido pela torcida que assistia ao jogo no hotel.
?Eu estava sentindo que ele não estava bem. Mas felizmente deu sua contribuição para os companheiros do time?, disse a mãe do volante. No fim do jogo, o pai do craque, Paulo Olímpio Pereira estava radiante, prometendo comemorar muito o resultado. Mesmo dizendo estar acostumado ver o filho participando de uma final de jogo, Paulo Olímpio não conteve as lágrimas quando lhe perguntaram se alguma dia imaginou ver Kléberson ao lado de Ronaldo, na Seleção Brasileira. ?É duro né…?, nem terminou a frase.

Comemoração invadiu as ruas

Depois da vitória suada da Seleção Brasileira contra a Turquia, o curitibano foi para as ruas comemorar o resultado positivo. O trecho entre as ruas Marechal Deodoro e Barão do Rio Branco, no centro da cidade, ainda não havia sido fechado -por volta das 11h -e os torcedores brincavam entre os carros. Na Avenida Batel a festa também foi grande e muitas pessoas fizeram um buzinaço para comemorar a vitória.
A Marechal Deodoro foi sendo tomada as poucos por pessoas que vinham de todas as partes, e se somavam à massa que não parava de vibrar com a vitória do Brasil. Os vendedores das lojas, instaladas nas ruas próximas, também aderiram à festa, que contou com bandeiras com as cores verde e amarela – e também vermelha e preta, do Atlético Paranaense. A dona de casa Vera Lúcia Sales Rosa veio do bairro Campo Comprido, especialmente para curtir a festa no centro da cidade. O único gol da partida ela não viu, pois estava dentro do ônibus, mas afirmou que ?a vitória foi suada por isso temos de comemorar?.
E mesmo quem ainda não entende direito de futebol foi festejar na rua. Para a pequena Yasmim Cristine de Melo a festa tinha dois motivos. ?Porque o Brasil fez o gol e porque amanhã (hoje) faço 9 anos?, revelou. Camila Paetzold Luiz, de 7 anos, se misturou à torcida na rua, incentivada pelo pai, o consultor de informática André Marques Luiz. ?Fiz questão de trazer ela aqui porque é a primeira vez que participa de uma Copa?, revela. Mas no próximo jogo, acrescenta, não sabe para quem a filha vai torcer, pois a mãe é descendente de alemães. Mas quem estava feliz mesmo era o camelô Wilson Jacoboski. Ele comprou oitenta bandeiras do Brasil para revender, e até perto de meio-dia já havia comercializado mais de sessenta peças.
Batel
A tentativa de transferir a comemoração do jogo para o centro da cidade, evitando o congestionamento da Avenida Batel não deu certo. Os torcedores resolveram ir para o local, e a Polícia Militar teve que fechar algumas quadras para que a festa acontecesse sem problemas. Mas quem foi para a rua não estava preocupado com os transtornos do trânsito, o importante era festejar, dentro ou fora dos caros.
E valia tudo para chamar a atenção. O comerciante Nelson Luiz Gelenski revestiu a caminhonete de verde/amarelo. Ele confessa que gastou R$ 250,00 para ?equipar? o veículo. Já o estudante de Direito, Raul Cézar Bergold, usando um chapéu com chifres, não ligava para as brincadeiras. ?Prefiro ser corneado por uma mulher do que ver o Brasil perdeu um jogo?, confessou. Leda Maria Dematte, na fantasia da palhaça Tutuka, disse que estava em estado de graça. Ela não tem dúvidas que o Brasil será pentacampeão. ?Tenho isso no meu coração, e não vou errar?, finalizou confiante. (RO)

Só vinte famílias turcas

No Brasil, vivem apenas vinte famílias turcas. Nenhuma delas está no Paraná. A informação é do cônsul honorário da Turquia, Luiz Alberto de Paula César, que é descendente de italianos e nasceu em Curitiba.
Mesmo representando a Turquia, Luiz Alberto vestiu a camisa verde e amarela para o jogo de ontem. ?Embora simpatize bastante com os turcos, sou brasileiro e não posso deixar de torcer para que o Brasil se torne pentacampeão?, afirma. ?O jogo contra a Turquia foi justo e seleção brasileira mereceu a vitória.?No sábado, ele vai torcer para que a Turquia conquiste o terceiro lugar no jogo contra a Coréia. ?Acho que o futebol da Turquia cresceu muito por influência dos brasileiros que jogaram naquele país?, disse. Um exemplo é que, no jogo de ontem, a Turquia se impôs bastante, mostrando-se bem mais ofensiva, principalmente no primeiro tempo.
Segundo o Luiz, a boa colocação na Copa do Mundo de Futebol vai trazer uma série de benefícios aos turcos. ?O interesse em conhecer os costumes da Turquia vai aumentar. É um país muito bonito e que tem um povo muito amigo? disse o cônsul. (CV)

Até no hospital o clima era de Copa do Mundo

O hospital infantil Pequeno Príncipe, em Curitiba, entrou no clima da Copa do Mundo. Ontem, para que pacientes, visitantes, médicos e enfermeiros pudessem acompanhar o jogo do Brasil contra a Turquia, vários aparelhos de televisão foram mantidos ligados pelos diversos setores do estabelecimento.
Em uma área do subsolo, para que o barulho dos torcedores não atrapalhasse quem preferiu descansar, foi instalado um telão para que funcionários das áreas de lavanderia, informática, limpeza e outras que não lidam diretamente com pacientes pudessem se reunir para assistir a partida. ?A colocação do telão foi uma ótima iniciativa do hospital. Assim, os funcionários não faltaram, não ficaram longe do trabalho e, mesmo assim, puderam torcer pelo Brasil?, comentou a operadora de eletroencefalograma Solange Dzendzik.
Em atividade na área de informática, o funcionário Idaltchion Fabrício Siegel contou que assistir o jogo com os colegas de serviço acaba criando um companheirismo que se reflete no trabalho. ?A equipe acaba se tornando mais unida e se conhecendo melhor. Assim, o trabalho acaba sendo desempenhado com maior eficiência e qualidade?, declarou.
Já os médicos e enfermeiros, que não podiam abandonar seus postos, acabaram assistindo partes do jogo ao lado dos pequenos pacientes. As crianças internadas não hesitaram em acordar cedo e encontrar disposição para torcer. Elas tinham opiniões formadas sobre a seleção brasileira. ?O time do Brasil é bastante forte, mas poderia estar jogando bem melhor. Os jogadores não estão mostrando tudo o que sabem. O jogo contra a Alemanha vai ser difícil, mas no final o Brasil vai ser pentacampeão?, disseram os pacientes Wellington de Melo Costa, de 13 anos, e Rodrigo José Dumcke, 12, ambos fãs do jogador Rivaldo.
Os pais e acompanhantes assistiram o jogo na recepção e nas salas de espera. ?Com a televisão ligada, consegui me distrair um pouco e ficar mais tranqüilo enquanto aguardo o internamento de meu filho. Ele também acabou se distraindo e não pensando tanto no clima de hospital?, revelou o borracheiro Reginaldo de Jesus dos Santos. (Cintia Végas)

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