Foto: Pedro Jorge/Gazeta do Paraná

 Recém-nascida, batizada de Natália pelos policiais que a encontraram, ainda está sob observação.

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A necessidade de atendimento médico devido a uma hemorragia, fez com que Maria Aparecida da Silva, de 27 anos, procurasse ajuda no hospital de Nova Aurora, no Oeste do Paraná. O que ela não suspeitava era que a polícia estava à espreita, tentando descobrir quem era a mãe do bebê abandonado em uma plantação de soja, no dia do Natal. Com sinais de que tinha dado à luz há poucos dias e longe de assistência médica, não demorou para a mulher confessar o fato.

Segundo o delegado Walter Diniz Paes, da Polícia Civil de Assis Chateaubriand, a mulher deu entrada no hospital na noite de segunda-feira e acabou transferida para um hospital de Cascavel. "Como ela ainda está sob medicações sedativas, ainda não pudemos ouví-la. Mas como já confessou o crime, já foi aberto um inquérito", diz.

Pelas informações preliminares, Maria Aparecida é mãe solteira de duas outras crianças e escondeu a gravidez da família. Querendo dar um fim à recém-nascida, batizada provisoriamente pelos policiais de Natália, ela a abandonou na plantação, enrolada em panos e dentro de uma sacola.

"Ainda não a ouvimos, mas não há dúvida de que seja tentativa de infanticídio. O bebê foi largado próximo a um buraco, em um lugar em que num domingo teoricamente não passaria ninguém", diz o delegado.

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A sorte de Natália foi a passagem do mecânico Lourival Lira pelo cemitério de Nova Aurora, no dia de Natal, para rezar pelos pais falecidos. Foi ele quem ouviu o choro da neném e chamou a polícia. "Vemos casos chocantes todos os dias, mas esse realmente causou muita comoção. Afinal, trata-se de um bebê indefeso, largado para morrer", diz. A criança não corre riscos, mas permanece no hospital para tratamento das queimaduras provocadas pelo sol no período em que ficou exposta.

O caso emocionou tantas pessoas que várias famílias da região já se disponibilizaram a adotar Natália. Ontem, o Conselho Tutelar de Nova Aurora entregou à Vara da Infância e da Juventude de Formosa do Oeste, município vizinho, um relatório sobre o caso. Em breve, o juiz vai se pronunciar sobre o destino da criança. 

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