O Zoológico Municipal de Curitiba tem novos moradores. Dois filhotes de lontra e um de babuíno nasceram há cerca de um mês. Os primeiros, dois machos de Lontra longicaudis, espécie brasileira ameaçada de extinção, e rara de nascer em cativeiro.
As lontras foram isoladas da mãe para não correrem riscos. A lontra-mãe já teve outras crias e acabou matando os filhotes. Dessa vez, na tentativa de salvar os filhotes, os biólogos e veterinários optaram por levar as lontrinhas para o Hospital Veterinário do Passeio Público e criar os bebês longe da mãe.
No Hospital os filhotes, batizados de Adolfo e Astolfinho, recebem tratamento especial dos funcionários, que alimentam os bebês na mamadeira, com leite especial. Elas também recebem estímulos para defecar e urinar. “É tudo parecido com o que a mãe faz para que os filhotes cresçam saudáveis e se desenvolvam”, diz o veterinário Marcelo Bonat.
Toda semana as medidas dos bebês são anotadas numa ficha médica. Em uma semana, as lontras engordaram quase 100 gramas. Depois de dois meses, será introduzido peixes na alimentação dos filhotes, que também passarão a ter contato com a água.
O pai das duas lontrinhas também recebeu os mesmos cuidados que seus filhotes estão passando agora. Ele chegou em 2007 ao Zoológico de Curitiba, fruto de uma apreensão da Polícia Florestal. “Os filhotes terão o mesmo tratamento que o pai deles teve”, conta Bonat.
O Zoológico de Curitiba foi um dos primeiros no país a ter sucesso na reprodução de lontras. O primeiro nascimento da espécie aconteceu no começo da década de 1990.
“É um prêmio grande para um Zoológico conseguir sucesso na reprodução de algumas espécies, mas Curitiba tem conseguido façanhas como lontras e o macaco mono-carvoeiro que nasceram aqui nesse ano”, comemora o diretor do departamento de Zoológico, Marcos Traad.
O babuíno que nasceu quase junto com as lontras está com a mãe e o pai no recinto do Zoológico. O pai chegou a Curitiba em 2008, depois de ser apreendido pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) de um circo em Foz do Iguaçu, onde o animal sofria maus tratos.
No Zoo de Curitiba o babuíno ganhou um recinto especial, e fêmeas para acasalamento e convivência em bando, característica da espécie, além de alimentação nutritiva e equilibrada. “O resultado do bom tratamento está aí, um lindo filhote”, fala Traad.