Ontem, segurados enfrentaram filas
longas e lentas.

O movimento era grande ontem nos postos de atendimento do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) de Curitiba. Depois de quase três meses em greve, os médicos peritos voltaram ao trabalho no último dia 20. Porém, devido ao feriado de Carnaval, os atendimentos só recomeçaram para valer na manhã de ontem.

A decisão de dar um fim à greve, que deixou muitas pessoas sem receber benefícios, aconteceu depois que o governo federal publicou em Diário Oficial, no dia 19, uma medida provisória garantindo o atendimento das reivindicações da categoria: criação de um plano de carreira e abertura de concurso público para a contratação de mais três mil médicos peritos em todo o País.

“Ainda bem que a greve acabou. Muita gente estava precisando receber benefício para conseguir sobreviver”, disse aliviada a balconista Diva Aparecida de Souza, uma das dezenas de pessoas que compareceram ontem ao posto de atendimento do INSS localizado na esquina das ruas João Negrão e XV de Novembro, no centro da capital.

Diva foi afastada do trabalho em dezembro do ano passado devido a uma forte depressão acarretada pela morte de um filho. A paralisação dos médicos fez com que ela não conseguisse realizar perícia e ficasse dois meses sem receber benefício. “Estou com um monte de contas atrasadas. Só não passei maiores dificuldades graças ao salário do meu marido, que foi quem sustentou a casa nestes últimos dois meses”, contou. O marido de Diva ganha R$ 350 mensais.

A diarista Adelaide Silva de Lima também se dizia satisfeita com o retorno dos médicos peritos ao trabalho. Porém, reclamava da lentidão no atendimento do INSS no pós-greve. “A paralisação atrapalhou todo mundo e acho que as coisas devem demorar um pouco para voltar ao normal. Hoje (ontem), muita gente compareceu ao INSS para tentar agendar perícia e o atendimento está bastante demorado”, afirmou.

Adelaide foi afastada do trabalho em novembro do ano passado devido a uma artrose. Ela teve sua perícia marcada para dezembro. Porém, quando chegou ao INSS para fazer o exame, descobriu que os médicos estavam em greve. Assim como a balconista Diva, a diarista ficou sem receber benefício e dependendo do dinheiro do marido, que é aposentado.

INSS e sindicato

O Sindicato dos Médicos Peritos de Curitiba e o INSS acreditam que os atendimentos nos postos de Curitiba devam voltar ao normal dentro de trinta dias. Segundo o sindicato, os peritos estão trabalhando em regime de mutirão para que isso aconteça. O acordo entre os peritos e o governo federal prevê o aumento de 40% na cota diária de exames realizados no período de pós-greve.

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