Londrina – A importância de projetar calçadas adequadas à circulação das pessoas que, ao mesmo tempo, respeitem a questão ambiental, tem sido objeto de discussão nas principais cidades do Estado. Na semana que vem é a vez de Londrina sediar o Seminário Paranaense de Calçadas, promovido por diversos segmentos que buscam colaborar com a definição de políticas que garantam calçadas mais seguras e melhores a todos os cidadãos. O seminário será realizado nesta terça-feira (dia 23), a partir das 8h no Centro de Convenções do Hotel Sumatra (rua Senador Souza Naves, 803, centro).

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Em sua terceira edição, o evento já foi realizado em Curitiba e Maringá e surgiu da mobilização de entidades que se reuniram para discutir a situação das calçadas da capital. "Quando pensamos em fazer o seminário, a idéia era discutir as calçadas daqui de Curitiba, mas, durante e após o evento, a discussão foi ampliada e percebemos que é um problema nacional", disse hoje (dia 19), por telefone à reportagem do n.com, o engenheiro Carlos Roberto Giublin, gerente da Associação Brasileira de Cimento Portland Regional Sul (ABCP), de Curitiba – uma das empresas que promove o evento. Segundo ele, esta é "uma bela proposta para se discutir no Brasil todo e, agora, estão acontecendo seminários que vão levantar questões importantes sobre a situação das calçadas".

Pesquisas de campo realizadas em Curitiba, Londrina, Maringá e Foz do Iguaçu, com apoio de universidades, indicaram que todas as cidades apresentam problemas em relação às calçadas. Ao todo, foram analisadas 612 ruas no Estado. Só em Londrina, foram 200. Segundo o arquiteto Evandro Cardoso Santos, consultor em urbanismo, transporte e circulação, em Curitiba, numa avaliação de zero a dez todas as cidades apresentaram resultados abaixo de cinco, ou seja, nenhuma delas oferece calçadas bem estruturadas. A pesquisa foi realiza em ruas do centro e periferia das cidades. "Londrina teve a média de caminhabilidade de 4,02 contra a média paranaense de 4,36. Na pesquisa toda, 60% das cidades apresentaram algum tipo de inadequação em vários aspectos. Buracos, degraus ou obstáculos. É necessária uma postura do poder público para ser mudado esse quadro", disse o arquiteto, que vai apresentar os números da pesquisa em uma das palestras do seminário, marcada para as 9h40. Segundo o engenheiro Carlos Roberto Giublin, durante o seminário serão abordados diversos temas relacionados à qualidade das calçadas, desde o piso até a questão do meio ambiente.

"Não é só discutir se a calçada tem buraco ou não, mas é uma questão ambiental. A calçada tem de ser agradável, viável para as pessoas com deficiência, possuir rampas de acesso aos cadeirantes. Discutimos também quanto é que custa para a cidade uma calçada ruim", disse. O engenheiro também participa do seminário com a palestra "Espaços urbanos e qualidade das calçadas", marcada para as 17h10. Programa A programação do 3º Seminário Paranaense de Calçadas, que terá abertura oficial às 8h40, prevê às 9h10 o início da palestra do engenheiro Philip Anthony Gold, consultor de estudos e projetos de transportes e tráfego, especialista em segurança viária. Ele vai falar sobre "A importância das calçadas no sistema de transporte no Brasil e na vida de todos os brasileiros".

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Outra palestra do seminário, "Acidentes da terceira idade: Aspectos físicos, sociais e econômicos", às 10h20, será de José Antônio Rocco, médico com formação em traumato-ortopedia, do Centro de Tratamento da Coluna Vertebral. Em seguida, às 11h, será discutido o tema "Direito de Todos", por Solange Maria Ferreira, coordenadora executiva do Centro de Vida Independente, e por Martinha Clarete Dutra, presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Londrina.