Locomotiva destrói parte da Estação de Alexandra

A Estação de Alexandra, localizada no quilômetro 14 da ferrovia que liga Curitiba a Paranaguá, foi parcialmente destruída por uma locomotiva da América Latina Logística (ALL) no dia 27 de agosto. Parte da cobertura da plataforma de embarque e desembarque foi levada pela máquina, que destruiu três dos cinco pilares de sustentação.

O local, inaugurado em 1883, não é tombado como patrimônio histórico do Paraná pela Secretaria de Estado da Cultura (Seec), mas é considerado de grande valor histórico. É a única estação que conserva o aspecto original em toda a linha, não tendo sido reformada entre 1930 e 1950.

Um dos integrantes da Coordenadoria de Patrimônio Cultural da Secretaria de Estado da Cultura, Henrique Fchmidlin, conta que a causadora do acidente foi uma das locomotivas americanas adquiridas recentemente pela ALL. Elas são mais altas e largas em relação às usadas antigamente pela Rede Ferroviária Federal. “As antigas pesam 100 toneladas e o peso das novas chega a 180 toneladas”, comenta.

Ele explica que a Estação de Alexandra é a mais antiga da linha férrea, com estilo clássico empregado no tempo da construção da ferrovia. Ela foi restaurada pelo município e uma organização não governamental da cidade ficou responsável pelos cuidados do prédio. “A estação não é tombada pelo patrimônio histórico, mas tem um valor inestimável por ser uma das representantes da origem da linha”, afirma Fchmidlin.

Uma reunião entre a Seec e a ALL está marcada para hoje a fim de discutir a situação da estação e também da Ponte do Rio São João, danificada em um acidente no final de julho deste ano, quando um trem com 35 vagões carregados de soja, farelo de milho e açúcar descarrilou no local.

Recuperação

A gerente de Relações Corporativas e Patrimônio da ALL, Ana Virgínia Rocha Hernandes, conta que esteve no local assim que soube do acidente. De acordo com ela, as locomotivas novas estão subindo para Curitiba a partir de Paranaguá. Como são maiores e mais largas, o transporte está sendo feito pela linha principal. Por um erro de operação, a locomotiva passou pela linha reversa, que fica muito próxima à estação. “A estação tem uma cobertura que passa um pouco do pilar. A locomotiva nova atingiu o telhado e derrubou três dos cinco pilares de sustentação”, relata.

Ana Virgínia esclarece que a recuperação da estação será realizada, mas somente depois da reunião de hoje. “Não podemos fazer nada imediatamente sem o aval da secretaria, por ser um patrimônio histórico”, observa. Outras locomotivas passaram pela Estação de Alexandra, na linha principal, depois do acidente.

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