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| Apesar da placa indicando |
O Ribeirão dos Padilhas corta quatro bairros de Curitiba: Xaxim, Vila São Pedro, Vila Osternack e Bairro Novo. Os moradores dessas regiões não agüentam mais o mau cheiro e a enorme quantidade de lixo presente no ribeirão. O resultado disso é a proliferação de ratos e as constantes inundações.
Inês Barbosa, que faz serviços gerais em uma escola, denuncia o mau cheiro que incomoda os moradores da Vila Osternack. Ela acredita que um dos motivos para isso seja o lixo jogado no córrego sem nenhum pudor. "O pessoal joga bastante lixo dentro do ribeirão. Mas o pessoal daqui sofre muito com isso. Moro há três anos aqui e há três anos sofro com o mau cheiro, principalmente depois que chove", afirma.
O aposentado Antônio Rodrigues diz que outro incômodo é o grande número de ratos que saem do Ribeirão dos Padilhas em direção às casas da região. "São muitos ratos e insetos para todos os lados. É uma dificuldade viver assim, mas vamos fazer o quê?", questiona. O vendedor ambulante Osni Fernandes Lopes salienta que, além dos ratos, moscas e do mau cheiro, a população está cansada com as constantes inundações. Quando uma chuva se aproxima, os moradores já ficam em alerta e se preparam para o pior. "As enchentes são freqüentes por aqui. Quando chove, tudo enche de água e ficamos esperando abaixar do lado de fora de nossas casas", revela.
O carpinteiro Arnaldo Barreto conta que as inundações já trouxeram prejuízos materiais para as famílias da Vila Osternack. Ele mesmo perdeu geladeira, fogão e muitas roupas com a entrada da água em sua casa. "Nas últimas três enchentes, eu tive que sair correndo para pegar meu filho de 4 anos. Ele tem um aparelho para alongar a perna, o que dificulta a locomoção dele. A gente sofre com tudo isso. Temos que estar muito atentos quando chove por aqui. A única alternativa para nós é ficar esperando a água baixar e ver se teve prejuízo", declara.
O maior
A assessoria de imprensa da Prefeitura Municipal de Curitiba informa que o Ribeirão dos Padilhas é o maior da bacia do Iguaçu, tendo 7,5 mil metros de extensão. Além disso, possui seis braços e um deles é o Córrego Osternack, de 3 mil metros, que está incomodando os moradores daquela região. Os trabalhos de limpeza na área começaram no início do ano, próximo à Rua Eduardo Pinto da Rocha, e 30% do ribeirão já está limpo. O prazo para a retirada de entulhos no Córrego Osternack é de 60 dias. A assessoria confirma o grande acúmulo de lixo. Isso foi constatado depois que as máquinas que fazem a limpeza não conseguiram entrar no ribeirão devido ao acúmulo de lixo, o que dificultou o trabalho. Segundo a Prefeitura, a limpeza diminui os riscos de inundação, pois dá mais vazão à água.