A reativação de uma câmara técnica, que irá sugerir normas estaduais sobre a destinação de resíduos hospitalares, foi um dos principais resultados do 2.º Seminário de Gerenciamento de Resíduos dos Serviços de Saúde, realizado ontem, em Curitiba.
O evento foi promovido pelo Hospital Erasto Gaertner, para discutir o tratamento, por instituições de saúde, de resíduos recicláveis, infectantes, de engenharia, radioativos líquidos e químicos.
Durante o seminário, também foi realizada uma mesa redonda, para debater o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS), desde a implantação da Resolução RDC 306 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em dez hospitais convidados.
“O resultado foi muito bom. Foi feito um intercâmbio entre os hospitais da cidade, trocamos experiências, e decidimos reativar uma câmara técnica antiga, com o respaldo da Secretaria Estadual da Saúde”, informa o superintendente do Hospital Erasto Gaertner, Flávio Tomasich.
Segundo ele, a RDC 306 permite que normas estaduais sejam elaboradas, e a câmara técnica reativada deverá sugeri-las ao governo. A idéia é que as instituições possam “melhorar em conjunto” o gerenciamento de resíduos.
Para Tomasich, a questão evoluiu bastante nos últimos quatro anos, depois que a Resolução da Anvisa foi editada. “Hoje, todo mundo já se adequou às normas, tem seu plano e segue o que a RDC coloca”, avalia, informando que, no Erasto Gaertner, já está sendo aplicado o segundo manual sobre o assunto.
Desde que implantou, há três anos, seu Plano de Gerenciamento de Resíduos (PGR), o hospital conseguiu diminuir em 70% a quantidade de lixo infectante produzido. Atualmente, dos 13,5 mil quilos de lixo produzidos mensalmente na instituição, apenas 23% são infectantes.
O superintendente diz que a instituição teve a necessidade de implantar rapidamente um plano de gerenciamento, já que faz tratamentos com graus maiores de complexidade, como quimio e radioterapia, que geram resíduos que precisam de destinação adequada.