Inusitado

Lixo espacial que caiu no Paraná foi finalmente recolhido

Peça de metal foi retirada de fazenda em São Mateus do Sul. Foto: Reprodução / RPC

pedaço de metal que caiu em uma propriedade rural em São Mateus do Sul, região Sul do Paraná, em março deste ano, foi retirado do local na sexta-feira (9). Os destroços estavam na propriedade desde a queda. Segundo informou a Agência Espacial Brasileira (AEB), em junho, um relatório abordou a caracterização do objeto como “artefato espacial” e apontou as as indicações de providências aplicáveis para a sua retirada pelos donos do material.

Um empresa foi contratada para o recolhimento, mas a AEB não confirmou a qual empresa internacional pertence a peça que tem cerca de 4 metros.

No mês passado, segundo reportagem da Gazeta do Povo, o documento “concluiu sobre a possível procedência do objeto e informou à embaixada do país de origem no Brasil, que entrou em contato com a empresa responsável pelo artefato”. A suspeita é de que ele seja parte do foguete Falcon 9, da empresa norte-americana SpaceX.

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Ainda em junho, questionada se o material era realmente uma parte de foguete da SpaceX, empresa de propriedade do milionário americano Elon Musk, a agência disse apenas que estão “trabalhando para evoluir no assunto”, e que “feitos os contatos iniciais, estamos no aguardo da resposta da embaixada do país de origem para tomar as providências necessárias”.

Os donos da propriedade rural que guardavam o objeto foram homenageados pela AEB com medalhas, pelos serviços prestados.

Relembre o caso

Uma equipe da Agência Espacial Brasileira esteve na tarde 18 de março em uma propriedade rural de São Mateus do Sul investigando o que tudo indica ser parte de um foguete que caiu na região na semana anterior. Moradores da região avistaram uma série de bolas de fogo no céu na madrugada do dia 8 daquele mês – segundo especialistas, esses objetos incendiários eram pedaços de lixo espacial que começaram a pegar fogo ao entrar na atmosfera.

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Em entrevista por telefone, João Ricardo Portes, dono da propriedade onde uma das peças caíram, contou que equipes da agência tinham acabado de sair da propriedade. “Vieram aqui, olharam, analisaram, fizeram um milhão de perguntas. Fizeram toda uma avaliação, isolaram a área, cobriram a peça e definiram um ponto de identificação exato no local da queda. A partir de agora, ninguém mais pode chegar perto nem tocar na peça. Foi tudo isolado pelo pessoal da agência”, detalhou, à época.

A tubeira é a parte final do motor dos foguetes, e é feita – no caso dos modelos utilizados pela SpaceX – de uma liga metálica de nióbio e titânio.
A tubeira é a parte final do motor dos foguetes, e é feita – no caso dos modelos da SpaceX – de uma liga metálica de nióbio e titânio. Foto: Reprodução

A hipótese mais provável é que o artefato se trate realmente de uma peça localizada na parte final do segundo estágio do foguete Falcon 9, da empresa norte-americana SpaceX. Uma análise feita pela Rede Brasileira de Observação de Meteoros (Bramon, na sigla em inglês) aponta semelhanças entre a peça que caiu no sítio de João Portes, em São Mateus do Sul, com a chamada “tubeira” do Falcon 9.

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A tubeira é a parte final do motor dos foguetes, e é feita – no caso dos modelos utilizados pela SpaceX – de uma liga metálica de nióbio e titânio. Os materiais são resistentes a altas temperaturas, tanto as verificadas durante o voo regular dos foguetes quanto às possivelmente causadas pela reentrada na atmosfera. Isso explicaria o fato de o metal não ter se desintegrado durante a queda.

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