Plantações, pastagens e pequenas propriedades rurais estão dando lugar ao lixo no bairro Santa Terezinha, em Fazenda Rio Grande. Os moradores locais reclamam do mau-cheiro, do barulho e da concentração de ratos e urubus que vêm do aterro sanitário, aberto há cerca de dois anos. Alguns decidiram até trocar de endereço e deixar a região.
A dona de casa Tereza Salesbram, vizinha do aterro, diz que a chegada do lixão mudou a vida de quem mora no bairro. “O cheiro é horrível, principalmente no sábado e domingo. Os caminhões trabalham o dia inteiro e logo de manhã começam a soltar foguetes pra espantar os urubus. Acabou nossa tranquilidade”, lamenta.
Queda na produção
O empreendimento que tira o sono da população é o Centro de Gerenciamento de Resíduos Iguaçu, administrado pela empresa Estre Ambiental. O local recebe o lixo que antes era destinado ao aterro da Caximba, desatiado em 2010. A sujeira provêm de 18 municípios da Região Metropolitana de Curitiba, que integram o consórcio intermunicipal do lixo.
Tereza diz que as plantações e criações da região também são afetadas com a proximidade do lixo. “Meu cunhado planta caqui e a produção caiu muito. As frutas nascem com manchas escuras, que parecem ferrugem. Os peixes do tanque estão morrendo”, relata.
Solo pode estar contaminado
Gerson Klaina |
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Gado está morrendo, denuncia criador. |
Outro morador da região, que prefere não se identificar, diz que três vacas criadas por ele morreram recentemente. Ele acredita que a causa é a proximidade do lixão. “Ficavam pastando em meio aos urubus. Acho que o solo está contaminado. Alguns moradores estão saindo”, afirma.
Uma das famílias que está deixando a região é o casal de pequenos agricultores que vive há 28 anos no local. “Já falamos e reclamamos muito, mas não queremos mais aparecer. Cansamos de brigar sozinhos. Vamos embora”, dizem.
Empresa
A Tribuna tentou falar com representantes da Estre Ambiental, mas não conseguiu contato. Em sua página na internet, a empresa diz que usa as mais modernas técnicas de tratamento e armazenamento do lixo, com impermeabilização do solo, drenagem de chorume e captação de gases, além de investir no refloretamento da região.