Litoral lotado na chegada de 2007

Cerca de dois milhões de pessoas devem passar a virada do ano nas praias paranaenses. As areias já estão cheias em Guaratuba e Caiobá desde o começo da semana. Nas estradas, o movimento já era menor ontem. Nos guichês do ferry-boat, na passagem de Matinhos para Guaratuba, havia fila de cerca de dois quilômetros. Embora não haja programação específica para o Ano-Novo no litoral, os veranistas estão animados com os dias quentes e tudo é motivo para festejar a chegada de 2007.

O grupo de amigos de Cambará, norte do Paraná, veio para Guaratuba só pra passar o feriadão. Eles sabem que nas praias do Paraná não há eventos especiais nesta época do ano, tirando a queima de fogos, mas dizem que basta uma boa turma, sol, muita cerveja e animação para comemorar. Com relação à noite de hoje, eles se dizem animados, mesmo sem ter muito o que fazer. ?Se a gente achar alguma casa noturna legal, a gente vai. Senão vamos ficar em casa mesmo, festando, já que não tem muita coisa mesmo por aqui. Mas só a praia já é ótimo?, comentou o estudante Giovani Bertinatti, de 17 anos.

A mesma expectativa tem o estudante Marcelo Meneguel, 20 anos. Para ele, não há muitas atividades especiais no litoral em um feriado como este, mas dá pra descansar e aproveitar a festa com os amigos. Ele diz ainda que a outra opção que eles pensaram para o Ano-Novo, que seria o litoral de Santa Catarina, está muito cara. ?Mas entre amigos é bom. Se não tem nada, ficamos em casa?, disse.

Foto: Fábio Alexandre/O Estado
Turista aproveita a folga e se bronzeia nas areias de Caiobá.

Só em Guaratuba, a expectativa é que 250 mil turistas passem a virada de ano. A única atividade programada é a queima de fogos no Morro do Cristo, que este ano deverá ser feita sem a emissão de fumaça, o que vai proporcionar uma melhor visão das luzes. O show da cantora Ivete Sangalo também agitou a praia na sexta-feira. Hoje, as pessoas mais religiosas também poderão assistir a um espetáculo diferente: a Irmã Inez, conhecida como ?freira do rap? deverá fazer um show na Avenida Atlântica, na altura do número 33. A freira tem a característica de cativar os jovens, pois canta músicas religiosas em ritmo de rap. Fora isso, os turistas têm a opção de ir a casas noturnas onde se paga entrada, como o Café Curaçao, que vai oferecer café da manhã pra quem passar a virada na casa e ainda um show de fogos à 1h do dia primeiro.

Se no réveillon a única atração é mesmo o mar, o sol, a areia e os bares, a partir de quarta-feira algumas atividades programadas pelo governo do Estado prometem dar mais ânimo às pessoas que procuram agitação. Atividades de aeróbica, recreação, futvôlei, hidroginástica, caminhada, brincadeiras para a terceira idade, gincanas, teatro, entre outras, vão acontecer em postos de Guaratuba, Caiobá, Ipanema e Shangri-lá. Nesses postos também haverá avaliação física gratuita feita por profissionais de educação física. Neles, os turistas poderão medir a taxa de glicose, a pressão arterial e ainda fazer alongamentos. Os postos vão funcionar das 8h ao meio-dia e das 16h às 20h. As atividades vão acontecer até o dia 11 de fevereiro. Também em Guaratuba vai haver uma arena com shows e um parque infantil.

Passeios de barco são ótimas opções de lazer

Quem não conhece Guaratuba e pretende curtir o último domingo do ano pode optar por passeios de barco, de escuna, caminhadas (feitas em trilhas), ou até mesmo um city-tour pelos pontos mais bonitos da cidade.

O city-tour, por exemplo, sai por R$ 6 por pessoa. O trajeto passa pelo Morro do Cristo, Largo Nossa Senhora de Lourdes, Praça Cel. Alexandre Mafra, Igreja Matriz, baía e ferry-boat. O mesmo passeio, um pouco mais extenso – de cerca de duas horas – pode ser feito de barco. Este custa R$ 30 por pessoa. O trajeto pela baía, também com cerca de duas horas de duração, mas com degustação de ostras, sai por R$ 30.

Quem quiser fazer passeios de barcos mais longos, com direito a cachoeira, pode ir ao Salto do Parati, pagando R$ 50 por pessoa. A escuna pirata também oferece um ótimo trajeto para os turistas. Ela sai da baía, passa pelas marinas, mangues e ilhas. O passeio custa de R$ 12 a R$ 15.

Quem gosta de comer caranguejo poderá participar do Festival do Caranguejo 2007, em Shangri-lá, Pontal do Paraná, que vai acontecer de 11 a 14 de janeiro. O evento é organizado pelo Sesc-PR desde 2003. A cambira, prato típico de Pontal do Paraná, também será servido. Em todas as tardes do festival haverá shows com bandas de samba e choro. Mais detalhes no site www.guaraecoturismo.com.br ou no  (41) 3472-4105.

Muitas reclamações quanto à infra-estrutura encontrada nas praias

Apesar do final de ano ser uma época de confraternização, esperança e alegria, as pessoas que trabalham no litoral do Estado parecem não estar satisfeitas. Embora o movimento para os comerciantes melhore muito nesse período do ano, eles ainda ouvem muitas reclamações de turistas quanto à infra-estrutura das praias paranaenses. Com isso, o temor que a cada ano a praia fique mais vazia faz com que eles também se preocupem muito com as cidades litorâneas.

A proprietária de um restaurante de Matinhos, que preferiu não se identificar, diz que tem até pena dos veranistas que têm casa em Caiobá ou Matinhos. ?Eles dizem que a cada ano a infra-estrutura não melhora e ainda têm que pagar IPTU?, conta. Ela diz que é lamentável que as praias não tenham qualquer programação especial de ano novo, até mais para atrair turistas.

Condições

A falta de banheiros públicos é a maior reclamação dos turistas e comerciantes. A turista de Mato Grosso do Sul, Elza Maria, diz que vem todos os anos para as praias paranaenses. Ela reclama que entra ano sai ano, tudo continua igual. ?É um absurdo uma praia desse tamanho não ter banheiro público. Acho que deveriam colocar mais latões de lixo na praia também?, disse.

A proprietária de um quiosque na beira-mar de Guaratuba, Francinete Américo, diz que todos os turistas reclamam da falta de banheiros e ainda dizem que a orla está muito mal-cuidada.

Já a vendedora de bebidas Lúcia Nenoki diz que muitos deles reclamam da falta de chuveiros na beira da praia. A falta de opções de lazer também é alvo de críticas. ?Não é fácil nem para gente e nem para eles. Eles vêm para cá com a família e não têm o que fazer, fora tomar sol e entrar no mar. Para nós é complicado, porque a gente vende menos?, lamenta.

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