Exatamente um ano atrás, o litoral do Paraná vivenciava uma de suas maiores tragédias. Mesmo tanto tempo depois, ao percorrer as cidades de Morretes e Antonina, ainda é possível ver entulhos, casas danificadas e árvores caídas: uma situação que representa a morosidade da aplicação de verbas públicas aos necessitados.
Ao todo, as fortes chuvas que geraram toda a destruição afetaram 32,5 mil pessoas, deixando 2,5 mil desabrigados e 3.906 casas danificadas, muitas delas ainda sem nenhum reparo. Quatro pessoas morreram.
Os prejuízos causados pelas enchentes foram muito além das casas. Várias localidades de Morretes e Antonina permaneceram isoladas em virtude das pontes levadas pela enxurrada.
Na época, em valores, os prejuízos foram estimados em R$ 105 milhões segundo levantamento da Defesa Civil do Paraná. Apenas em Morretes, pelo menos 25 pontes foram afetadas diretamente pela tragédia, segundo o prefeito Amilton Paulo da Silva (PT).
Esperança
Em abril de 2011, o governo estadual anunciou a liberação de R$ 9,3 milhões para Antonina, R$ 8,8 milhões para Morretes, R$ 5 milhões para Paranaguá e R$ 1,7 milhão para Guaratuba.
O objetivo desses recursos era a aplicação na reconstrução e recuperação de moradias, de estradas rurais, pontes e vias urbanas. E, no final de dezembro de 2012, o governo do Paraná informou ainda a construção de 194 moradias nas cidades de Antonina (88), Morretes (56) e Paranaguá (50), com investimentos de R$ 10,7 milhões, que incluem toda a infraestrutura necessária, como redes de água, energia, iluminação e pavimentação.
A vida segue
Dentre os milhares que perderam suas casas e propriedades na tragédia de 2011, está o estivador Celso Servolo Veloso. Até agora ele não conseguiu se beneficiar com uma casa do programa do governo. Em virtude disso, sua família morando em uma meia água perto dos escombros.
Moradores de Floresta, Carlos Pereira dos Santos e Marli Cardoso dos Santos lamentam o descaso. O local onde eles tinham uma casa e um sítio com plantações foi totalmente devastado. Em Antonina, o eletricista Joao Batista Leite Campos, de 63 anos, teve a sua casa destruída por completo após as enxurradas.
A família de Gilberto Cardoso segue vivendo em um abrigo na cidade de Antonina. Desde o dia da tragédia, eles aguardam uma casa da Cohapar. Enquanto isso, vivem de forma improvisada e um abrigo com paredes de isopor.
Enquanto muitos perderam as expectativas de trabalho, Manuel Capeta de Souza viu na tragédia uma oportunidade. Ele trabalha na construção de casas para os desabrigados em Morretes.
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