O litoral paranaense está prestes a se tornar um polo de produção de ostras. Uma parceria firmada entre o governo estadual e a Universidade Federal do Paraná (UFPR) promete aprimorar a maricultura na região. O projeto, orçado em R$ 3 milhões, visa melhorar e incentivar a produção do molusco.
A iniciativa foi apresentada aos secretários estaduais da Agricultura e do Abastecimento, Natalino Avance de Souza, e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Nelson Bona, durante visita ao Centro de Estudos do Mar da UFPR em Pontal do Paraná.
Atualmente, os produtores paranaenses dependem de sementes de ostras vindas de outros estados, principalmente de Santa Catarina. Com o novo projeto, serão criados laboratórios para desenvolver técnicas e sistemas eficientes de produção local dessas sementes. Isso não só facilitará o acesso, como também aumentará a produção e a renda das comunidades litorâneas.
“É um trabalho lindo e importante que conhecemos hoje”, destacou o secretário Natalino Avance de Souza. “O projeto redireciona os esforços para aumentar a renda do produtor e principalmente a qualidade de vida, trazendo também uma opção de turismo para quem quer conhecer esta iguaria.”
O projeto prevê uma série de ações, incluindo capacitação, apoio no licenciamento ambiental, oficinas para confecção de equipamentos de cultivo e instalação de unidades de pesquisa e extensão. Os municípios beneficiados serão Antonina, Guaraqueçaba, Guaratuba, Matinhos, Paranaguá e Pontal do Paraná.
Pesquisa e inovação
Com os novos laboratórios, será possível realizar pesquisas para o melhoramento genético da ostra nativa e desenvolver um aplicativo para controle do manejo e crescimento das sementes distribuídas. “Estamos empolgados com esse futuro que vem para a maricultura. Temos muita pesquisa e muita produção pela frente”, afirmou o professor Francisco José Lagreze Squella, da UFPR.
A universidade terá papel fundamental no projeto, atuando nas áreas de pesquisa, extensão, manutenção do laboratório de sementes e divulgação dos trabalhos.
Para o secretário Aldo Nelson Bona, a iniciativa tem potencial de promover a maricultura como atividade sustentável e geradora de renda. “Vamos apoiar esse projeto inovador que visa fortalecer economicamente os pescadores artesanais e produtores de ostras”, disse.
Integração e assistência
O projeto conta com o apoio de diversas instituições, como o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) e a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar). Richard Golba, presidente do IDR-Paraná, ressaltou a importância dessa integração: “É incrível vivenciar essa união entre a Adapar, que faz vigilância sanitária, o IDR-Paraná, que faz extensão rural, a UFPR, que faz pesquisa, e duas secretarias fundamentais apoiando esses produtores”.
Durante a visita, a comitiva conheceu o Sítio Sambaqui, em Guaratuba, um estabelecimento que produz, comercializa e serve suas próprias ostras, exemplificando o potencial da atividade na região.
Produção atual e perspectivas
Em 2023, o Paraná registrou um Valor Bruto de Produção Agropecuária (VBP) de R$ 3,2 milhões na produção de ostras, com 193 mil dúzias produzidas. Guaraqueçaba se destacou com um VBP de R$ 1,6 milhão e 95 mil dúzias, seguida por Guaratuba, com R$ 1 milhão e 60 mil dúzias.
Com essa nova parceria, espera-se que esses números cresçam significativamente nos próximos anos, consolidando o Paraná como um importante produtor de ostras no cenário nacional.