Problemas climáticos atrapalharam a implantação dos recifes artificiais do Programa de Recuperação da Biodiversidade Marinha (Rebimar) do Centro de Estudos do Mar (CEM), da Universidade Federal do Paraná (UFPR), no litoral do Estado. A ação, prevista para outubro passado, visava criar um parque marinho para aumentar o potencial biológico no litoral do Estado, mas, até agora, nada foi feito.
De acordo com organizadores do Rebimar, até o próximo dia 22 os recifes artificiais estarão no oceano. Os locais de lançamento das estruturas estão divididos entre Pontal do Paraná, Matinhos, Guaraqueçaba, Paranaguá e Ilha do Mel. “A situação do mar nos atrapalhou na instalação dos recifes. Como nossa intenção é implantar as estruturas a cinco quilômetros da costa, sairemos apenas quando o tempo estiver propício para navegação”, afirma o coordenador do Rebimar, Frederico Brandini.
O oceanógrafo do projeto, André Cattani, afirma que qualquer ação com as estruturas no mar agitado é arriscada. “O mar deve estar em boas condições para podermos navegar com segurança com as estruturas embarcadas”, alerta. A expectativa é que, com os recifes artificiais, a vinda dos peixes e lagostas atrás de alimento seja maior.
Outro aspecto apontado pelos organizadores é a coibição que os recifes artificiais trarão para a pesca de arrasto no litoral do Estado. “Vamos conseguir uma área extensa e restrita ao arrasto, permitindo, assim, uma recuperação maior da biodiversidade marinha”, explica Brandini. Ao todo, serão 480 estruturas divididas em quatro grupos de 120. Mas, caso a situação do mar não melhore até o próximo dia 22, a instalação só será feita em janeiro.
Além do Centro de Estudos do Mar (CEM), as associações de pescadores das localidades envolvidas no projeto, prefeituras e a organização não-governamental MarBrasil, de Pontal do Sul, colaboraram com o projeto. A licença de instalação dos recifes já havia sido emitida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em junho passado.
