Liquidação do Banco Cruzeiro do Sul frustra correntistas

A liquidação do Banco Cruzeiro do Sul, que está em processo extrajudicial desde setembro de 2012, tem frustrado muitos correntistas que contrataram empréstimos consignados e tentam quitar o saldo devedor. A insatisfação está relacionada à demora no envio das informações sobre o valor devido. Algo fundamental para se negociar a portabilidade da dívida com outras instituições bancárias, que tentam arrematar parte dos 1,5 milhão de clientes do Cruzeiro do Sul com empréstimos consignados.

“Estamos com alguns milhares de pedidos sobre o saldo devedor, já que todos os bancos têm interesse em aumentar a cartela de empréstimos consignados”, admite o assistente do liquidante, Fausto Guimarães. Ele explica que a demora no fornecimento das informações se deve à redução brusca de funcionários do Cruzeiro do Sul, de mil para cem empregados. “Estamos atendendo o mesmo número de clientes com uma fração do contingente que trabalhava antes da liquidação”.

Sem resposta

Por isso, clientes como o ex-servidor público Mário José Sniecikoski estão sem resposta ao buscarem informações sobre o saldo devedor. “Fiz o requerimento no início de abril e pelo prazo do banco deveria receber o boleto para a quitação em até quatro dias, mas até agora estou esperando”. Ele também reclama da dificuldade em conseguir contatar o liquidante nos canais de atendimento telefônico e eletrônico. “No 0800 que tinha na página do Banco Central ninguém atendia”.

O assistente do liquidante disse que ainda nesta semana serão atualizados nas páginas do Banco Central (www.bcb.gov.br) e do Banco Cruzeiro do Sul (www.bcsul.com.br) novos telefones criados para atender essa demanda: (11) 3646-4200 ou 3646-4201.Também haverá novo e-mail para atendimento de clientes: ri@bcsul.com.br

Demora pode dar indenização

Eventuais prejuízos por causa da demora do atendimento são passíveis de ação indenizatória segundo a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor no Paraná (Procon-PR). Mas a coordenadora do órgão público, Cláudia Silvano, alerta para a demora no ressarcimento. “Um banco em liquidação tem fila de credores, ou seja, ações desse tipo costumam demorar”, pondera.

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