Termina amanhã o prazo para a limpeza dos túmulos nos cemitérios municipais. Lavagem com produtos químicos, pintura e pequenas reformas precisam ser autorizadas pela administração do local. Os interessados têm das 7h às 17h30 para realizar os serviços. A limpeza simples (sem sujeira e acúmulo de água) e a colocação de flores podem ser feitas no próprio Dia de Finados.
O chefe da Divisão de Cemitérios da Prefeitura de Curitiba, Ilderaldo Adamovicz, explica que o processo de limpeza é igual ao dos anos anteriores. O prazo é limitado porque sempre ficam resíduos em locais próximos ao jazigo que foi limpo. Sobram produtos químicos, abundância de água e até mesmo vegetais. “A limpeza de um mausoléu, por exemplo, é muito complicada. São necessários produtos químicos e muita água. O jazigo é limpo, mas as pessoas acabam deixando vazar para outros lugares. Assim, a administração tem os dias 29 e 30 para deixar tudo arrumado”, afirma.
Ele informa que as limpezas estão sendo deixadas, cada vez mais, para a última hora. “Há um desleixo quanto a isso”, observa. Adamovicz revela que poucos contratam pessoas para realizar o serviço. “Os responsáveis ou aqueles que cuidam acabam vindo para fazer a limpeza. Isso varia em cada cemitério, mas acontece muito no Boqueirão, Santa Cândida e Água Verde. No São Francisco de Paula (conhecido apenas por Cemitério Municipal), a classe é mais elevada. O número de zeladores e a contratação de serviços é maior lá”, comenta.
A dona de casa Eliana Rosalinski aproveitou o sol que saiu no final da manhã de ontem em Curitiba para fazer a limpeza do jazigo da família no Cemitério Municipal. Junto com uma ajudante, ela esfregou, varreu e deixou tudo limpo para o Dia de Finados. “Todo ano faço isso. É muito importante para não deixar abandonado. E também para as pessoas não pensarem que não damos bola para nossos antepassados”, declara.
Alguns jazigos estão abandonados há muito tempo, principalmente no Cemitério do Água Verde. Quando nota que o local foi esquecido, a administração tenta um contato com a família que recebeu a concessão. Não havendo resposta, inicia-se o processo de reversão. Os lotes são identificados e as informações são colocadas no Diário Oficial e também em jornais de grande circulação. Espera-se 90 dias para o pronunciamento e mais 60 dias para uma consulta. Se a isso não acontecer, o lote é liberado. Caso haja restos mortais, eles são conduzidos a locais apropriados. “É um processo demorado, pois existem trâmites judiciais. A procura por lotes nos cemitérios municipais é muito grande, pois os custos nos particulares são altíssimos. Aqui, a concessão é perpétua. A grande maioria cuida por causa disso”, revela Adamovicz.
Ele não espera uma grande movimentação nos cemitérios durante o Dia de Finados. O número de visitas está caindo a cada ano que passa. “As pessoas estão fugindo do movimento e do preço alto das flores. Elas vêm antes ou depois do feriado”, esclarece.
Dengue
A Prefeitura está realizando campanhas para que os visitantes não deixem vasos de flores com água, para evitar o surgimento de focos da dengue. Colocar areia é o mais recomendado para esses casos. “Os cemitérios têm uma grande possibilidade de facilitar a proliferação dos mosquitos”, explica o chefe da Divisão de Cemitérios. Profissionais da Secretaria Municipal da Saúde estarão nos locais orientando a população sobre o assunto.
A Prefeitura também vai aproveitar o feriado para informar os responsáveis pelos túmulos que, a partir de janeiro de 2005, devem comparecer às administrações dos cemitérios para o recadastramento das concessões. Eles devem levar os documentos do lote para participar do processo. “Muitos só vêm ao cemitério quando é preciso. Ou seja, quando é Finados ou nos sepultamentos”, comenta Adamovicz.