O Departamento de Limpeza Pública da Prefeitura de Curitiba recolheu até o final da tarde de ontem cinco toneladas de lixo eleitoral. Segundo a gerente do departamento, Gisele dos Anjos, a previsão é que a limpeza seja concluída apenas na próxima quinta-feira. Para isso as equipes trabalham em sistema de rodízio durante 24 horas por dia, desde as 17h de domingo.
Todo o efetivo de limpeza, 730 pessoas, está trabalhando exclusivamente na varrição e coleta dos santinhos descartados pelos partidos nos locais de votação. “Apesar da proibição legal, a Prefeitura acaba por ter de mobilizar uma quantidade grande de pessoas que saem de suas rotinas diárias, deixando muitas vezes de atender à população, para um serviço que deveria estar fora da programação”, disse Gisele.
No primeiro turno das eleições de 2002, foram retiradas das ruas de Curitiba 35 toneladas de sujeira eleitoral. Esse ano, de acordo com Gisele, a quantidade é visivelmente menor: “Isso não quer dizer que os partidos e candidatos estejam mais conscientes, mas um pleito é sempre diferente do outro”, avaliou.
A Secretaria Municipal do Meio Ambiente também aguarda orientação do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) sobre a limpeza dos cartazes nos postes de iluminação. O material coletado é encaminhado à Usina de Valorização de Rejeitos, em Campo Magro, para ser reciclado.
Revolta
Os curitibanos, principalmente os que moram perto dos locais de votação, ficaram revoltados com a sujeira. Alguns começaram a limpar a frente de suas casas por conta própria. “É muito difícil fazer a limpeza dessa papelada”, disse o zelador Agnaldo Aparecido Almeida.
Ontem, Agnaldo passou cerca de uma hora tentando limpar uma área próxima ao Colégio Estadual Bom Pastor, na Vista Alegre. “Estou tendo que deixar de lado meus afazeres normais para ficar fazendo a limpeza da papelada”, queixou-se. “Não sei por que os candidatos jogam os santinhos nas ruas. Não têm finalidade alguma a não ser sujar e enfeiar a cidade.”
Domingo a frente da casa do médico Leo Schona, nas proximidades do Colégio Dom Bosco, nas Mercês, amanheceu lotada de santinhos. Ontem, no portão, ele avaliava a sujeira. “Acho que existem outras maneiras de fazer publicidade. Com os santinhos, os candidatos não só sujam as ruas como desperdiçam papel”, concluiu.