Liminar não impedirá protestos contra Vale, diz Stédile

O dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, afirmou nesta quarta-feia (19), no Rio, que as medidas judiciais como as adotadas pela Vale não impedirão novas ações do grupo contra a companhia. A empresa informou que obteve da 41º Vara Cível da Justiça do Rio uma liminar que proíbe Stédile e o MST de "incitar e promover atos violentos" contra suas instalações. Stédile classificou a iniciativa como uma "idiotice" dos advogados da Vale e prometeu que o movimento continuará lutando pela reestatização da companhia.

"Isso não me surpreende. Isso é um tipo de medida desesperadora da Vale, que está em dívida com o povo brasileiro", afirmou o dirigente, após proferir uma aula magna na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). "Eles têm todo o direito de espernear. E nós temos o direito de continuar a luta para reestatizar a Vale. A Vale está em dívida com várias comunidades onde atua, não honra com as suas obrigações. Nós só fizemos essas ações para pressionar para que a Vale cumpra com suas obrigações e abandone projetos prejudiciais ao meio ambiente", afirma.
Um dos líderes do MST, Stédile disse que a medida judicial não mudará os métodos do movimento em relação à Vale. "De jeito nenhum. Nós ficamos mais bravos ainda", diz. "Ninguém se mobiliza contra uma empresa, uma área de latifúndio se não tiver uma razão", afirma.

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