A greve dos educadores que atuam nos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) e da Fundação de Ação Social de Curitiba (FAS) continua. Os servidores não aceitaram a proposta da Prefeitura para deixar a negociação para março, data base dos servidores, e agora querem uma audiência com o prefeito de Curitiba, Beto Richa. Ontem, porém, a juíza da 3.ª Vara da Fazenda Pública, Josély Ribas, atendeu pedido de liminar da Prefeitura e determinou que os grevistas garantam o atendimento em todas as unidades. A Justiça também autorizou o desconto na folha de pagamento dos dias parados pelos educadores.
A juíza afirma que ?o direito de greve dos servidores públicos não pode comprometer o direito da criança a ter acesso à educação e à garantia de receber alimentação que é oferecida pelos Centros de Educação Infantil?. Segundo a Prefeitura, seis creches, das 156, deixaram de funcionar por falta de educadores na segunda e terça-feira, atingindo 800 crianças. Ontem, o número de unidades havia reduzido para quatro. No entanto, os números do sindicato são diferentes. Segundo a presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba, Irene Rodrigues dos Santos, ontem todos os educadores de 30 creches cruzaram os braços e na manifestação havia cerca de mil profissionais.
A sindicalista disse ainda que a categoria vai acatar a decisão da Justiça e ontem seria elaborada uma escala de trabalho para que o atendimento nos CMEIs não seja prejudicado enquanto durar a manifestação. Mas manteria o pedido aos pais que têm condições de deixar os filhos em casa para que colaborem com o movimento. Quanto a decisão da Justiça de autorizar descontar os dias parados, a sindicalista disse que os educadores têm ciência da situação. ?É melhor perder uns dias de trabalho do que a dignidade?, afirmou.
Nova caminhada
Os manifestantes se reuniram mais uma vez ontem pela manhã em frente a Praça Santos Andrade e seguiram em direção à Prefeitura de Curitiba. Agora, eles querem uma audiência com o prefeito Beto Richa e com as secretária da Educação, Eleonora Bonato Fruet, e a presiedente da FAS, Fernanda Richa. Segundo Irene, as negociações com o secretário de Recursos Humanos, Arnaldo Agenor Bertone, não evoluíram e a categoria quer uma resposta mais concreta do Executivo.
Em assembléia realizada no período da tarde, os manifestantes decidiram continuar a movimentação. Não querem discutir o assunto em março porque é a data-base dos demais servidores e outras discussões também entram em pauta, como o reajuste salarial.
Os educadores querem equiparação salarial entre a categoria e o magistério municipal com escolaridade equivalente ao nível médio. Segundo Irene, a categoria ganha R$ 698 para quarenta horas de trabalho semanal, enquanto os professores recebem R$ 594 para vinte horas. Outra reivindicação é o direito dos educadores de escolher se querem trabalhar com educação infantil ou educação social, além de uma tabela salarial igual a dos professores. Esses, ao subirem de nível, teriam um acréscimo de 15% ao salário. Já o acréscimo dos educadores seria de 8%.