Problemas burocráticos, fatores ambientais, interesses políticos e econômicos já fizeram vários projetos para o litoral empacar. Como a ligação entre Matinhos e Guaratuba e a BR-101 no Paraná, duas velhas ideias que nunca saíram do papel e voltaram à tona nas últimas semanas.

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No dia 18 de janeiro, a prefeita de Guaratuba, Evani Justus, cobrou publicamente do governador Beto Richa a construção da ponte. Recebeu como resposta a promessa de que o assunto seria encaminhado ao secretário de Infraestrutura e Logística, José Richa Filho, e tratado como prioridade.

A prefeitura do município, que considera a obra fundamental, ficou animada, mas o assunto parece não empolgar muito a administração estadual. Procurado pelo Paraná Online, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) não respondeu as questões da reportagem sobre o tema.

Um estudo elaborado na gestão anterior, de Orlando Pessutti, foi engavetado no ano passado. A justificativa foi o temor de que a ponte levasse para o centro de Guaratuba o trânsito pesado de caminhões entre o Porto de Paranaguá e os outros estados do Sul.

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O governo do Estado parece estar mais interessado na construção da BR-101 no Paraná e pressiona o governo federal a bancar a obra. A contratação de um estudo de viabilidade foi anunciada para este mês. “Estamos trabalhando para que a União construa a BR-101. Vamos pagar o estudo de viabilidade e doar ao governo federal”, declarou José Richa Filho, ao anunciar a medida.

A nova BR abriria a possibilidade de a ponte sobre a Baía de Guaratuba, se construída, servir apenas para o fluxo de veículos de pequeno porte. Mas a questão ambiental é o maior entrave para a rodovia, que atravessaria toda a Serra do Mar, o trecho mais preservado da Mata Atlântica brasileira.

Tá na Constituição!

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O clamor por uma ponte entre Matinhos e Guaratuba é tão forte e antigo que ganhou espaço até na Constituição do Estado do Paraná, promulgada em 1989. “O Estado promoverá concorrência pública entre firmas nacionais, internacionais ou grupos de empresas, para a construção de uma ponte sobre a baía de Guaratuba, cujo pagamento será feito com a cobrança de pedágio pelo prazo máximo de quinze anos”, diz o artigo 36 das disposições transitórias da Carta Magna paranaense.

PROBLEMAS

BR-277, PR-407 e PR-412

Quem vai para Pontal do Paraná e balneários movimentados, como Santa Terezinha e Praia de Leste, tem que encarar um longo trecho de pista simples, muitas vezes sem acostamento. Os congestionamentos são frequentes em datas como Carnaval, Ano Novo e outros feriadões.

BR-376, SC-415 e PR-412

A viagem entre Curitiba e Guaratuba, que demora pouco mais de uma hora com trânsito livre, pode se transformar em uma jornada de mais de quatro horas em dias de grande movimento. O trajeto passa por Garuva (SC) e também é usado por quem vai para Itapoá e outras praias de Santa Catarina.

FERRYBOAT

Implantado em 1960, é a única ligação entre Guaratuba e as demais cidades do litoral. Além das grandes filas em dias de maior movimento, os usuários enfrentam o estado precário de algumas estruturas. No início do mês, a Justiça determinou a realização de obras emergenciais e o DER multou a concessionária responsável pelo serviço.

SOLUÇÕES

BR-101

Acompanha quase todo o litoral brasileiro e é interrompida no Paraná. Sua extensão no Estado iria da BR-116, em São Paulo, até a BR-101, em Santa Catarina, facilitando o deslocamento de caminhões entre o Porto de Paranaguá  e os estados do Sul. Mas os riscos ambientais são gran,des, já que seu traçado passaria pelo trecho mais preservado da Mata Atlântica.

PONTE MATINHOS-GUARATUBA

Há muitos anos reivindicada pelos municípios do litoral, seria uma alternativa mais rápida e segura ao ferryboat. Porém, se construída de forma isolada, pode levar para a PR-412 e o centro de Guaratuba um grande fluxo de caminhões, complicando ainda mais o trânsito.