José Damasceno, um dos coordenadores do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Paraná, condenou a ação violenta de integrantes do grupo no domingo, no município de Paula Freitas, na região Sul do Estado. No entanto, ele revelou que a situação já era tensa nos últimos meses.

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"A região foi ocupada há um ano e, desde então, a convivência com essa família tem sido conflituosa. Eles tinham armas e vinham fazendo ameaças. No último sábado, um jovem do grupo foi agredido", alegou Damasceno. "Nós condenamos a reação violenta, mas reconhecemos que não havia muita coisa a ser feita", concluiu.

Na manhã de domingo, a casa em que José Luiz Estácio morava com mais cinco familiares, próxima a um acampamento do MST, foi invadida por integrantes do movimento que os mantiveram amarrados por cerca de três horas. Segundo denúncias das vítimas, elas foram torturadas e só escaparam após a intervenção da polícia. Além das agressões físicas, as vítimas também tiveram algumas máquinas roubadas e a casa incendiada.

A delegada Maria de Fátima Bittencourt, titular da delegacia de União da Vitória, informou que as vítimas já foram submetidas a exames, os quais constataram a tortura. Com isso, a Polícia Civil já abriu inquérito para investigar o caso. A dificuldade, segundo ela, será identificar os agressores, uma vez que cerca de 80 famílias de sem terra ocupam a região. 

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