Hidrogênio como fonte de energia para carros, casas, indústrias e até aparelhos eletrônicos. De acordo com o engenheiro eletricista e pesquisador curitibano, Emílio Hoffmann Gomes Neto, essa tecnologia, hoje em fase de testes, estará disponível já em 2010, em países como Japão e Estados Unidos. Porém, é preciso que o Brasil se apresse para não sair perdendo.
?Comparado a outros países, o Brasil está lento. Estão finalizando a elaboração de uma política que defina padrões de utilização dessa tecnologia. Talvez até 2007 vire lei. O Brasil não pode ficar lento?, afirma o engenheiro. O que está faltando, segundo ele, são questões que em outros países já estão avançadas. ?Faltam investimentos no País, principalmente em pesquisa. O Paraná foi o primeiro, de todo o Hemisfério Sul, a instalar a primeira célula a combustível (aparelho que converte hidrogênio em energia). Começou com tudo, mas parou?, afirma o pesquisador. Em Curitiba, atualmente, Hoffmann tenta divulgar a tecnologia da célula a combustível e hidrogênio às escolas, desenvolvendo kits educacionais nacionais e de baixo custo – o que custa R$ 4 mil será reduzido a R$ 700.
A célula a combustível apareceu há 150 anos, mas por falta de recursos, até pessoal, não chegou a ser desenvolvida. Somente em 1960, a tecnologia voltou a ser pesquisada pela Nasa: dessa vez a eficácia da energia a hidrogênio foi verificada. Em 1970, com a queda do petróleo, o Brasil investiu no pró-álcool, enquanto países como os Estados Unidos, foram atrás de fontes alternativas, entre elas o hidrogênio. A partir de 1990, até hoje, a correria nas pesquisas dessa nova fonte de energia é intensa. ?Atualmente, temos observado uma grande correria. Afinal, energia é a autonomia do país?, afirma.
Além de se tratar de um gás leve e mais seguro, as vantagens do hidrogênio como combustível são muitas. ?Em centros urbanos, os veículos vão emitir só vapor de água, o que diminui até os riscos para a saúde. Os veículos são mais silenciosos e não utilizam o óleo. A geração do hidrogênio pode ser a partir do sistema de esgoto, biogás ou eletrólise (separação dos elementos) da água, ou seja, a pessoa poderá produzir o combustível em casa?, explica Hoffmann.
O engenheiro ainda explica que alguns setores poderão ficar um pouco mais próximos. ?Vamos ter conflitos entre empresas de petróleo, energia e automobilísticas, mas elas estão trabalhando juntas. A indústria de energia, como a Copel, estará em um novo mercado, oferecendo eletricidade e hidrogênio ao setor de transporte; a de petróleo vai trabalhar na geração de energia e a de automóveis vai atuar nos dois?, afirma.
Como funciona
O funcionamento parece simples. Nos automóveis, como esclarece o pesquisador, a pessoa abastece com o hidrogênio, que vai para a célula a combustível que, por sua vez, fornece energia para o motor elétrico. ?Quando o carro está parado a energia é armazenada em uma bateria, o que garante um arranque melhor e uma maior economia?, explica Emílio. Nas residências ?da rede de canalização – pode ser acumulada também da energia solar – é retirado o hidrogênio que fornece a energia e a água que sobra serve para o banho e até consumo. Nas indústria essa energia pode ser utilizada também para abastecer os automóveis?, explica.
Serviço: Outras informações sobre a tecnologia podem ser adquiridas pelo site www.evoluirsempoluir.com.br.