Diminuir os índices de violência e a sensação de insegurança da população. Esses são os objetivos da Lei Seca que começa a vigorar este final de semana em Umuarama, na região noroeste do Estado. A partir da meia-noite de amanhã, bares e similares que comercializam bebidas alcoólicas no município não poderão mais ficar abertos durante a madrugada, estando autorizados a funcionar apenas das 8h à 0h.
Segundo o secretário municipal de Defesa Social de Umuarama, Ricardo Riel Ulian, existem dados estatísticos que revelam que a maior parte dos homicídios, brigas, acidentes de trânsito e vias de fato registrados no município ocorrem durante a madrugada, envolvendo pessoas alcoolizadas. "Umuarama é uma cidade que está crescendo bastante e cuja população já não tem a mesma sensação de segurança que tinha no passado. Só em 2005, foram verificados dezesseis homicídios. Para nós, esse é um número bastante alto."
Ricardo admite que é uma utopia acreditar que a Lei Seca vá acabar de vez com a violência em Umuarama. Porém, declara que a adoção da mesma é uma das principais ferramentas para minimizar o problema. "Em paralelo à lei, também estamos desenvolvendo outras ações. Dentro de noventa dias, devemos quase dobrar o efetivo de nossa Guarda Municipal (hoje o efetivo é composto de 26 pessoas, em breve serão cinqüenta), o que permitirá à entidade trabalhar 24 horas. Além disso, estamos adquirindo novos coletes à prova de balas e promovendo ações de capacitação", comenta.
Os bares que não cumprirem as determinações da Lei Seca ficarão sujeitos a multa e mesmo fechamento definitivo das portas. Casas de espetáculos, lanchonetes e restaurantes que não comercializem bebidas alcoólicas poderão funcionar até as 4h, passando por vistorias constantes do Corpo de Bombeiros e da Vigilância Sanitária. Esses estabelecimentos, de acordo com o secretário de Defesa Social, terão que funcionar em ambientes fechados, sem perturbar o sossego público, e garantir a contratação de empresa de segurança privada para manutenção da ordem.
Bares
A lei vem criando polêmica entre os proprietários de bares. Enquanto alguns aceitam funcionar apenas até a meia-noite, outros acreditam que isso pode gerar prejuízos financeiros. Na opinião do dono do Bar Carioca, um dos mais tradicionais do município, a lei ainda não foi bem explicada aos empresários. "Não estamos sendo muito bem esclarecidos sobre o assunto. Meu estabelecimento funciona até 1h. Pretendo continuar aberto até esse horário, mas suspender a venda de bebidas alcoólicas a partir da meia-noite. Sempre incomoda um pouco ter que fechar mais cedo", diz.