Lapa relembra 110 anos da Revolução Federalista

A cidade da Lapa comemorou ontem os 110 anos do cerco à cidade durante a Revolução Federalista, que aconteceu no final do século XIX. O fato histórico é relembrado todos os anos por moradores, Exército e parentes dos soldados mortos em combate. Uma missa solene e uma cerimônia cívico-militar foram realizadas em homenagem à luta de 640 homens contra o Exército Libertador, opositor à República.

O evento mobiliza a cidade todos os anos. Os moradores se reúnem no Centro Histórico para acompanhar as honras fúnebres e os desfiles do Exército, da Cavalaria da Polícia Militar e da União dos Tropeiros do Paraná, representando os fundadores da Lapa.

A caracterização também esteve presente na festa. Os tropeiros vestiram roupas típicas da época. Um soldado se transformou no general Gomes Carneiro, o líder das tropas na Lapa, vestindo cópias fiéis do uniforme usado durante a batalha.

O prefeito da cidade, Paulo Furiatti, acredita que é necessário resgatar a história para conhecer a razão da atualidade. “Nós precisamos ter o conhecimento de onde viemos. Temos uma história de tropeiro, de religião, de guerra, que nos dá orgulho de sermos lapeanos”, comenta.

As comemorações também marcaram a reabertura da Casa da Memória, que abriga documentos e peças antigas. O local, também conhecido como Casa dos Cavalinhos, foi restaurada, inclusive com a pintura seguindo a original de 1888. Entre as raridades do acervo está a Carta Sesmaria, considerada a certidão de nascimento da Lapa. “Essa casa foi testemunha de todos os acontecimentos. Reinaugurar a Casa da Memória é resgatar uma pequena jóia da arquitetura lapeana”, afirma Laura Bara Leone, diretora do Departamento Municipal de Cultura. A construção está localizada no calçadão do Centro Histórico. A Casa dos Cavalinhos recebeu esse nome por ter em sua fachada dez cavalos com asas. Isso se deve ao sonho do primeiro dono da casa, em que apareciam dez cavalos alados.

História

A Lapa foi o local de uma batalha sangrenta que ajudou na consolidação da República. Os maragatos, gaúchos contrários ao novo regime, queriam alastrar a disputa para todos os estados do Sul. O objetivo final seria ir até o Rio de Janeiro, para tirar o Marechal Floriano Peixoto, o presidente da época, do poder. No dia 17 de janeiro de 1894, um grupo de 640 homens, liderados pelo general Gomes Carneiro, enfrentou três mil homens da força revolucionária. A Lapa resistiu durante 26 dias, o que resultou na vitória dos republicanos. Isso proporcionou a Marechal Floriano mais tempo para organizar ações contra os rebeldes.

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