O Rio Barigüi não dá apenas nome ao maior parque de Curitiba. É um importante rio da cidade, mas que vem sendo maltratado. Poluição, ligações clandestinas de esgoto, muito lixo, ocupações irregulares e destruição da mata ciliar. Esses são alguns dos problemas do Rio Barigüi. Para novamente dar vida a ele, a Prefeitura de Curitiba lançou ontem o Plano Estratégico de Revitalização da Bacia do Rio Barigüi – Viva Barigüi.
O programa abrange um conjunto de obras, ações de fiscalização e educação ambiental em toda a bacia hidrográfica do Rio Barigüi. A intenção é despoluir as águas dos rios que compõem a bacia. E, para alcançar isso, uma série de medidas serão colocadas em prática, como retirar as famílias que moram irregularmente nas margens e acabar com as ligações clandestinas de esgoto.
Para preservar a bacia, são necessárias a manutenção e a recuperação da mata ciliar. Isso será alcançado com a criação de um Parque Linear ao longo do Rio Barigüi. Atualmente, nove parques estão localizados dentro da bacia. A intenção é interligar bosques, áreas de lazer e parques já existentes com as novas unidades de conservação que serão criadas – entre elas o Parque da Biodiversidade. Aproveitando essa ligação, a Prefeitura de Curitiba ainda vai formar a Via Parque, uma avenida que vai unir as partes norte e sul da bacia. Com isso, as áreas de preservação ficarão delimitadas.
Além das obras de infra-estrutura e a fiscalização, o Plano de Revitalização da Bacia do Rio Barigüi prevê o envolvimento das comunidades locais com o projeto. Isso vai ocorrer por meio do programa Olho d?água, que faz o monitoramento participativo da qualidade dos rios da cidade. O projeto vai monitorar 50 pontos da bacia. ?É preciso conscientizar as pessoas ainda mais, principalmente aquelas que moram perto das bacias, para a necessidade de não jogar detritos. Hoje você encontra sofá, eletrodomésticos e pneus nos rios. Quando chove, a água vai atingir estas mesmas pessoas que poluem estes locais?, afirmou o prefeito Beto Richa.
Durante o lançamento do plano, ele visitou as instalações usadas para o desassoreamento e a limpeza do lago do Parque Barigüi, que começou neste mês. Todo o trabalho, que faz parte do Plano de Revitalização da Bacia do Rio Barigüi, é feito com uma nova tecnologia, composta por uma tubulação flutuante e sacos de geotextil, um tecido sintético que funciona como um filtro. O lodo passa por um tratamento com polímeros, que atuam na separação da água e do lodo. O material passa para os sacos de geotextil, onde a água é filtrada e o lodo fica concentrado. Esta água é captada por meio de um sistema de drenagem e, limpa, retorna ao Rio Barigüi. A previsão é retirar 78 mil metros cúbicos de lodo do lago do parque até julho.
Debate sobre conservação das águas em Foz
Foto: Robson Meireiles/Prefeitura de Foz |
Autoridades se reuniram no Parque Tecnológico de Itaipu. |
Começou ontem, em Foz do Iguaçu, as discussões para conservação das águas no Brasil. No Dia Mundial das Águas a FAO, Agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, quer aproveitar a data para selar o pacto em Foz, cidade símbolo da riqueza hídrica do País. O encontro está sendo realizado no Parque Tecnológico de Itaipu (PTI), na hidrelétrica de Itaipu. Participaram da abertura dos trabalhos o diretor brasileiro da Itaipu Binacional, Jorge Samek; o prefeito Paulo Mac Donald; o representante da FAO no Brasil, José Tubino; os presidentes da Agência Nacional de Águas (ANA), José Machado; da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Jerson Kelman, e o representante da Fundação Roberto Marinho, Ricardo Piquet.
A preocupação com a conservação das águas trouxe para a cidade várias autoridades e estudiosos que estão debatendo os avanços da Lei das Águas (lei 9.433), em vigor há dez anos. O representante da FAO, José Tubino, destacou a importância de Foz do Iguaçu, a qual chamou de ?Santuário das Águas?. ?Aqui em Foz temos visto diversos projetos de responsabilidade sócio-ambiental. Portanto não haveria lugar melhor para a realização desse evento?, afirmou.
Tubino lembrou que além da grande quantidade de rios, a região esconde um grande tesouro subterrâneo, o Aqüífero Guarani. ?Hoje temos 6,5 bilhões de habitantes no planeta e a previsão é que em 2025 mais de três bilhões de pessoas vão estar sofrendo problemas hídricos. No Brasil temos regiões onde existe escassez de água. Aqui vocês têm o Aqüífero Guarani e é preciso preservá-lo?, lembrou.
Para o prefeito, a escolha da cidade aumenta o compromisso dos iguaçuenses na conservação dos rios, córregos e nascentes da cidade. ?Muitas cidades gostariam de ser sede de um evento tão importante como este. Quero agradecer às pessoas que tiveram a visão de escolher Foz do Iguaçu?, disse o prefeito.
Paulo aproveitou para divulgar a Eco Foz 2008, evento que irá mobilizar mais de 200 mil prefeitos em todo o mundo. ?Estamos preparando esse evento para, a partir das prefeituras, criarmos a conscientização das pessoas com os problemas do meio ambiente?, destacou.
Encerramento
As Cataratas do Iguaçu se tornaram palco das apresentações da cantora Maria Bethânia e do balé do Teatro Guaíra, que encerraram um dia de discussões sobre a preservação dos recursos hídricos. Pouco antes, ainda no Parque Nacional do Iguaçu, a Carta de Princípios Cooperativos pela Água foi assinada e entregue à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. (Prefeitura de Foz)