O Paraná tem 22% do seu território coberto por florestas, mas hoje existe menos de 1% da Mata de Araucária que havia há 50 anos no Estado. As informações estão no Atlas da Vegetação do Paraná e integram ainda o Sistema de Informações Ambientais (SIA) que foram lançados ontem pelo governo do Estado, em Curitiba.

O SIA contém informações ambientais de todo o estado e vai ajudar no gerenciamento e tomadas de decisões para o desenvolvimento de projetos nesta área. Para o secretário estadual do Meio Ambiente, José Antônio Andreguetto, o sistema vai fazer com que as decisões não sejam mais tomadas de forma pontual e sim de modo global. Ele diz que às vezes a legislação permite determinado projeto, mas não há uma análise de outras atividades já desenvolvidas e que interagindo juntas podem provocar danos ambientais interferindo na qualidade da água, ar e solo.

O SIA vai ter armazenado informações sobre os recursos florestais, hídricos, resíduos sólidos, degradação e poluição ambiental, saneamento, ordenamento territorial, unidades de conservação e qualidade do ar. Tanto a secretária Estadual do Meio Ambiente, O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e a Superintendência de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental (Suderhsa) vão ter acesso às informações. Antes os dados ficavam centralizados em cada setor e dificultava o acesso. O sistema levou 7 anos para ficar pronto e consumiu R$ 6 milhões.

Atlas

O Atlas é o primeiro mapeamento oficial que traz uma atualização sobre a distribuição das formações florestais do Paraná (fitogeografia), e vai servir tanto para o planejamento ambiental como para o monitoramento destes remanescentes. O primeiro trabalho de fitogeografia do Estado foi publicado em 1950 pelo geógrafo Reinhard Maack.

Andregueto destaca que o Atlas mostra tanto os problemas como os avanços obtidos. Ele diz que a situação das Araucárias é preocupante e o estudo vai fornecer subsídios para reverter a situação. Por outro lado o Atlas mostra que em oito anos dobrou a cobertura vegetal no Estado, de 10% passou para 22%. “São florestas em estágio inicial de atividades de reflorestamento, com idade média de 9 anos”, destaca Paulo Roberto Castela, um dos coordenadores do projeto. Ele diz o estudo vai ajudar na criação de corredores de biodiversidade entre as 63 unidades de conservação ambiental do estado.

A Região Metropolitana de Curitiba e o Litoral, em especial a Serra do Mar, é a porção do território paranaense com o melhor e maior índice de cobertura florestal – 1,3 milhão de hectares de floresta com araucária e Floresta Atlântica costeira. O Centro-Sul possui uma cobertura de 683 mil hectares, fortemente alterada principalmente pelo ciclo de exploração do pinheiro.

A menor cobertura florestal fica nas regiões Oeste, Noroeste e Norte do Estado, onde ocorre a floresta denominada de Estacional Semidecidual. Somadas, as três regiões contam com um total de 1,2 milhão de hectares.

No Oeste, onde está o Parque Nacional do Iguaçu, maior fragmento florestal existente atualmente nesta região, a cobertura florestal representa uma área de 517 mil hectares. No Norte, encontram-se 460 mil hectares. E a menor cobertura do Estado é a da região Noroeste, com apenas 227 mil hectares.

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